SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O ex-ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Carlos Ayres Britto declarou, nesta quinta-feira (28), voto no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no pleito deste domingo (2).
"Nesta eleição presidencial já afunilada para dois candidatos, eis a pergunta central: diante de quem a democracia está certa de não sofrer o menor atentado? Resposta: de quem jamais colocou sob suspeita de fraude a urna eletrônica. No caso, Lula, que terá meu voto", declarou.
A manifestação foi feita após conversas com os advogados Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, e Marco Aurélio de Carvalho, ambos do grupo Prerrogativas.
Além dele, os ministros aposentados do STF Joaquim Barbosa e Carlos Velloso também já manifestaram publicamente apoio ao petista no pleito.
Doutor em direito constitucional, Carlos Ayres Britto foi ministro do STF de 2003 a 2012, nomeado por Lula no primeiro ano de governo do petista. Ele presidiu o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) entre 2008 e 2010.
Em agosto deste ano, Britto e outros ministros do STF divulgaram uma nota para defender a urna eletrônica e rebater as acusações do presidente Jair Bolsonaro (PL) de que há fraude nas eleições do Brasil.
O texto fez duras críticas ao voto impresso e dizia que o modelo defendido pelo chefe do Executivo "não é um mecanismo adequado de auditoria".
"A contagem pública manual de cerca de 150 milhões de votos significará a volta ao tempo das mesas apuradoras, cenário das fraudes generalizadas que marcaram a história do Brasil", afirmava a nota.
"Desde 1996, quando da implantação do sistema de votação eletrônica, jamais se documentou qualquer episódio de fraude nas eleições", completava o documento.
Ayres Britto também assinou a "Carta às brasileiras e aos brasileiros em defesa do Estado democrático de Direito", que defende os tribunais superiores, as eleições e a democracia.
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