SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Candidata da esquerda ao governo de Mato Grosso, Márcia Pinheiro (PV) diz que tem deixado em segundo plano críticas diretas a Jair Bolsonaro (PL) no estado, reduto eleitoral do presidente.

Ela corrobora declaração dada no ano passado por seu marido, o prefeito de Cuiabá (MT), Emanuel Pinheiro (MDB), em que ele elogia atitudes de Bolsonaro durante a pandemia.

Em vídeo que foi usado na época pelo próprio presidente, Emanuel afirmou que Bolsonaro "segurou a onda para que a gente superasse a maior crise sanitária da história do planeta". Ele se referia ao repasse de recursos para prefeituras e governos estaduais.

À coluna Painel, da Folha de S.Paulo, a primeira-dama e candidata diz que concorda totalmente com a avaliação do marido. "Eu não estou falando mal dele [Bolsonaro] na campanha, eu estou defendendo o Lula. Temos a mesma ideologia social. O Bolsonaro que cuide da campanha dele", afirma Márcia.

O principal opositor dela na eleição é o atual governador, Mauro Mendes (União Brasil), que busca mais um mandato e vem liderando as pesquisas com folga.

Estreante em eleições, a candidata aposta em um crescimento na reta final que leve a disputa para o segundo turno. "Este é um governo insensível, taxou aposentados e pensionistas, amedronta os servidores estaduais", afirma.

Num estado com grande força do agronegócio, ela diz defender uma plataforma de governo que contemple os aspectos ambientais, uma bandeira de seu partido, o PV.

"É preciso haver um esforço de conscientização, para que o agro produza preservando o ambiente, com sustentabilidade. Combater as queimadas efetivamente, por exemplo, é uma das minhas metas", diz.

Seu adversário, afirma a candidata, não tem interesse nem condições pessoais de enfrentar essa questão. Ela acusa Mendes de ter relação com garimpos e PCHs (Pequenas Centrais Hidrelétricas), que prejudicam o meio ambiente.

Durante o primeiro turno, Pinheiro não recebeu a visita de Lula. Além disso, um giro do candidato a vice, Geraldo Alckmin (PSB), pelo estado, acabou cancelado na última hora, por receio de tumultos.

Ela minimiza a ausência de ambos. "Nosso colégio eleitoral é relativamente pequeno, eles priorizaram os grandes centros. Mas no segundo turno com certeza estarão aqui", diz.


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