SANTO ANDRÉ, SP, E SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), defendeu o seu apoio ao candidato Tarcísio de Freitas (Republicanos) no segundo turno da eleição estadual como uma decisão coerente e contrária ao PT. Tarcísio e Fernando Haddad (PT) concorrem ao Palácio dos Bandeirantes no próximo dia 30.

"Nesse segundo turno, temos dois lados. O lado do PT e esse lado. Esse é o meu lado, em que sempre estive. Total coerência na minha decisão", disse Rodrigo, nesta quinta-feira (6).

"A decisão é coerente com a minha história e com aquilo que eu defendi na campanha. São Paulo vai bem porque o PT nunca governou São Paulo, e quero que continue bem. [...] Tem dois lados no Brasil, quem quiser o PT vota no Lula, quem não quiser o PT vota no Bolsonaro. Por isso, eu voto no Bolsonaro", completou o tucano.

As declarações foram concedidas durante inauguração de uma unidade do Bom Prato na cidade de Santo André, nesta quinta. Desde a derrota no domingo (2), Rodrigo só vinha despachando do Palácio dos Bandeirantes e não atendeu aos pedidos de entrevistas.

Em sua única aparição pública nesta semana, o tucano foi até o aeroporto de Congonhas declarar "apoio incondicional" a Bolsonaro e Tarcísio na disputa federal e estadual de segundo turno, respectivamente.

"O incondicional significa sem nenhum pedido em troca", afirmou o tucano.

O tucano minimizou o fato de Tarcísio ter dito que não queria dividir o palanque com o PSDB. "Bolsonaro agradeceu meu apoio, disse que ele é muito importante. Tarcísio agradeceu meu apoio, disse que é muito importante", disse.

Ao longo da campanha de reeleição, a candidatura de Rodrigo, porém, fez ataques ao papel de Tarcísio como ministro de Infraestrutura e a gestão de Bolsonaro. O tucano insistiu que o governo federal entregou poucas obras em São Paulo.

Questionado sobre o que levou apoiar Tarcísio e Bolsonaro, Rodrigo voltou a atacar a sigla de Haddad e Luiz Inácio Lula da Silva. "Incoerência é apoiar o PT, que acabou com este país. Deixou uma conta altíssima, aumentou a pobreza, e fora a corrupção", disse o governador.

O alinhamento de Rodrigo ao bolsonarismo agravou a crise do PSDB e levou quatro integrantes a deixarem o Palácio dos Bandeirantes. Pediram demissão Rodrigo Maia (Projetos e Ações Estratégicas), que será substituído por Tarcila Reis Jordão; Laura Muller (Desenvolvimento Social), que passa o bastão a Célia Leão; e a economista Zeina Latif, que sai da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, herdada por Bruno Caetano.

Sergio Suchodolski, presidente da Desenvolve SP, banco de fomento do governo, também saiu do governo.

"Os secretários tomaram uma decisão individual. Sempre trabalhei com quem pensa diferente, nunca cobrei seguidores, cobrei coerência", afirmou.

Com 18,4% dos votos e em terceiro lugar, o governador teve a pior derrota do PSDB no estado em que administra desde 1995 - com breves interrupções. Tarcísio e Haddad avançaram para o segundo turno.

Ao comentar a derrota histórica, Rodrigo afirmou que respeita a democracia e a decisão das urnas.

A respeito de deixar o PSDB após ficar isolado no partido e receber críticas pelo apoio a Bolsonaro, Rodrigo afirmou que isso é especulação. "Não há nenhum tipo de decisão, isso é só especulação política. O PSDB é um partido plural, no primeiro turno o Aloysio Nunes apoiou o Lula e a nossa candidata era [Simone] Tebet, ninguém questionou isso", afirmou o governador.

Ele se filiou ao PSDB em 2021 após militar no DEM por quase 27 anos. A ida de Rodrigo para a União Brasil (fusão do DEM e PSL) já vinha sendo costurada antes do clima ruim com o PSDB pelo apoio a Bolsonaro.


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