SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Os partidos que formam a coligação de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) repetiram de forma praticamente idêntica o desempenho que tiveram na Câmara dos Deputados na comparação com 2002, quando o petista foi eleito pela primeira vez.

Foram 128 parlamentares eleitos há 20 anos na coligação do petista (24,9%), que era formada por PT, PL e PC do B.

Agora, os partidos lulistas (PT, PSB, PC do B, PV, Rede, PSOL, Solidariedade, Pros e Avante) fizeram 123, ou 23,9%.

Já o polo anti-Lula, representado hoje por Jair Bolsonaro (PL), fez 187 deputados (36,4%), enquanto os partidos da órbita tucana em 2002 fizeram 278 (54,2%).

Mesmo assim, o petista conseguiu formar na ocasião uma base congressual que o permitiu aprovar projetos no primeiro ano e eleger o presidente da Câmara.

Líder do governo Lula na época, o ex-deputado Aldo Rebelo (então no PC do B, hoje PDT) diz que isso prova que são precipitadas as análises de que o petista terá problemas para governar com o Legislativo. Essa suposta dificuldade já vem sendo explorada por Bolsonaro.

"Quem ganhar a eleição vai fazer maioria. Os deputados vão lutar pela sobrevivência, não vão brigar com o governo. Governo é igual cobra, até morta faz medo", diz.

No Senado, o quadro não é muito diferente. Em 2002, os lulistas elegeram 13 das 54 cadeiras em jogo (24%), e agora foram 5 em 27 (18,5%). O outro polo fez 55,5% das vagas disputadas há 20 anos, e 48,1% agora.


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