RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou, nesta terça-feira (11), a operação da Polícia Federal que afastou do cargo o governador de Alagoas, Paulo Dantas (MDB), seu aliado no estado.

O petista chamou a ação de precipitada e afirmou que ela "cheira a suspeição", em razão da disputa com o grupo político do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). Ele disse que manterá o apoio ao emedebista.

"Não vou desfazer a minha campanha por causa de uma decisão na minha opinião precipitada, cheirando a suspeição. Porque é um processo antigo, faltando pouco tempo para as eleições você tentar tirar um candidato que disputa com o candidato do Lira", disse o petista, antes de comício em Belford Roxo, na Baixada Fluminense.

Lula disse não temer que o episódio seja usado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL).

"Ele precisa olhar pro umbigo dele. Com as acusações contra ele, dá para preencher o Diário Oficial."

Lula participou de uma caminhada ao lado do prefeito de Belford Roxo, Waguinho (União), que decidiu apoiar o petista numa região em que o petista foi derrotado pelo presidente Bolsonaro.

O STJ (Superior Tribunal de Justiça) afastou Paulo Dantas (MDB) do cargo de governador de Alagoas, atendendo um pedido da PF. Segundo investigadores, os fatos apurados são tanto da época que Dantas era deputado estadual, quanto do período em que já ocupava o cargo de governador.

A ação, batizada de Edema, apura, segundo a PF, a "prática sistemática de desvios de recursos públicos que ocorre desde o ano de 2019 no âmbito do Poder Público do Estado de Alagoas."

Para além de ratificar a operação, a ministra Laurita Vaz, também autorizou o sequestro de bens e valores do candidato que alcançam R$ 54 milhões. Durante a operação, a corporação apreendeu R$ 100 mil na casa do emedebista e R$ 14 mil em espécie num hotel em São Paulo.

Diante do acontecido, a campanha do senador e também candidato ao governo de Alagoas, Rodrigo Cunha (União), reuniu-se de forma emergencial para redesenhar a estratégia e levar à propaganda de rádio e TV ainda nesta terça-feira (11) o afastamento do governador Paulo Dantas (MDB) do cargo.

O senador Renan Calheiros (MDB-AL) afirma que Laurita Vaz é bolsonarista e não tinha competência legal para decidir pelo afastamento do governador Paulo Dantas (MDB) do cargo. Ele anunciou que vai denunciá-la ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ).


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