SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A pedido do comando da campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a senadora Simone Tebet (MDB) deverá gravar participações no programa eleitoral para reforçar seu apoio ao candidato.
Tebet, que chega nesta quarta-feira (12) a São Paulo, deverá gravar ao lado de Lula na sexta-feira (14) e também protagonizará filmes a serem encaminhados a diferentes fatias do eleitorado.
Além de aparições em atividades públicas de campanha, Tebet deverá cumprir agendas avulsas destinadas ao eleitor da chamada "faixa azul" da região Sudeste.
A menção ao azul faz referência à cor da bandeira do PSDB, que exercia forte influência no eleitorado onde Tebet teve melhor desempenho no primeiro turno das eleições.
Terceira colocada na disputa pela Presidência, Tebet deverá concentrar sua atuação no Sudeste, na tentativa de dialogar com moradores de redutos tucanos. Já para esta semana está prevista uma agenda com 400 mulheres.
A inicial ideia de viagens ao Centro-Oeste, com o objetivo de minimizar a rejeição a Lula em área de forte vocação agrícola, foi descartada sob o argumento de que em São Paulo, na região de Ribeirão Preto, já há grande número de eleitores desse segmento.
Caberá ao vice da chapa, Geraldo Alckmin, atuar no interior de São Paulo, bem como acompanhar Tebet durante atividades pelo estado.
A participação de Tebet foi discutida durante reunião da coordenação política da campanha de Lula na noite de segunda-feira (10). A senadora foi representada por José Antônio da Silva Parente, o Totó, responsável pela agenda dela durante o primeiro turno das eleições.
Segundo participantes, Totó externou a disposição de Tebet de atuar ativamente na campanha, dando prioridade a eleitores indecisos ou até mesmo simpatizantes da candidatura de Lula.
Na reunião, também foi discutida a proposta de amenização do vermelho durante atividades da campanha de Lula, em mais uma tentativa de transmitir ao eleitor a ideia de amplitude da candidatura Lula.
Embora a própria Tebet tenha defendido a redução do vermelho da agenda de Lula, o tema foi levantado pelo ex-governador do Maranhão e senador eleito, Flávio Dino (PSB), defensor do uso do verde e amarelo da bandeira do nacional, além do próprio branco apregoado pela senadora.
Como Dino também pregou a divulgação de uma carta de Lula ao eleitor evangélico, o presidente do PDT, Carlos Lupi, chegou a brincar, afirmando que o ex-governador do Maranhão, que foi filiado ao PC do B, é o mais cristão dos comunistas.
Apesar da sugestão dos aliados, a presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), argumentou que dificilmente os militantes petistas seriam convencidos a abrir mão do uso do vermelho, marca que carregam há 40 anos.
Nesta terça-feira, porém, o próprio Lula divulgou nas redes sociais um cartaz em que convocava seus apoiadores a vestir o branco durante atividade no município de Belford Roxo (RJ). "Pelo amor e pela paz, vamos usar branco", diz o convite.
No evento, Lula e os integrantes de sua equipe ficaram no palco vestidos de branco, conforme sugestão de Tebet (MDB) para atenuar a utilização de vermelho na campanha.
A militância, porém, compareceu com cores variadas, com destaque também para camisetas vermelhas, apesar da convocação pelo uso de branco.
Anfitrião da agenda de Lula, o prefeito de Belford Roxo, Waguinho (União Brasil), é apontado como uma ponte entre Lula e o eleitor evangélico. Para esta quarta-feira, quando se comemora o dia da padroeira do Brasil, os apoiadores de Lula têm sido estimulados a usar branco durante caminhada em Salvador.
O uso da cor foi sugerido por Tebet. Em mensagens disparadas, como mostrou a coluna de Mônica Bergamo, ela recomendou juízo ao comando da campanha de Lula e criticou o grito de guerra usado por militantes repetindo "vai dar PT".
"Não é vai dar PT. O povo está votando contra [Jair] Bolsonaro, e não no PT", afirmou ela em uma das mensagens.
Para Tebet, é preciso "tirar o vermelho da rua" pois as imagens assustariam eleitores do "interior de SP" e de "estados no CO [Centro-Oeste], Sul e Norte".
Para neutralizar o vermelho predominante das atividades de rua, os integrantes da coordenação da campanha discutiram a ideia de uma bandeira do Brasil ser estendida sobre os militantes durante as caminhadas.
Na reunião, foi planejada a realização de atividades em todo o país para a comemoração do aniversário de Lula, no dia 27 de outubro. As dificuldades materiais voltaram a ser tema da coordenação de campanha.
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