RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - O candidato do PT à presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, participou nesta quarta-feira (12) de caminhada no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, onde prometeu avanços na economia para a população mais pobre.

Antes da caminhada, ele conversou com lideranças comunitárias da cidade, ao lado do prefeito Eduardo Paes (PSB). No encontro, disse que criará comitês "para que o povo das favelas possa ajudar a decidir o que o governo vai fazer".

No estado do Rio, o candidato petista ficou com cerca de dez pontos percentuais a menos do que o presidente Jair Bolsonaro (PL) no primeiro turno. Na tentativa de ao menos diminuir a diferença, Lula esteve na terça (11) em Belford Roxo, na Baixada Fluminense.

"Temos que acabar com essa história de que o Estado só aparece na comunidade com a polícia. Antes de vir a polícia, tem que vir a saúde, a cultura, a educação", afirmou o presidente.

Em discurso, Lula voltou a questionar o fechamento de empresas após a Operação Lava Jato e defendeu a retomada de obras em estaleiros nacionais, que também estiveram no alvo da operação após a descoberta de corrupção em encomendas de navios e sondas de perfuração de poços de petróleo.

"A indústria naval estava quebrada, a gente não fazia sondas. Eu disse que a gente ia fazer e nós fizemos oito estaleiros nesse país", afirmou. "Eles dizem que houve corrupção na Petrobras. Quando tem corrupção a gente não prejudica os trabalhadores, a gente prende o corrupto."

O candidato prometeu gerar empregos com carteira assinada e garantir benefícios a pequenos empreendedores. "Vou voltar a fazer com que o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) seja o banco de fomento desse país para a gente voltar a crescer", completou.

Ele foi recebido no Complexo do Alemão com gritos de "uh, o papai chegou". Na 21ª Zona Eleitoral, que abrange os bairros no entorno do conjunto de 13 favelas, Lula teve 50,9% dos votos válidos, contra 42,04% de Bolsonaro.

"Eu duvido vocês encontrarem uma obra desse presidente aqui no Complexo do Alemão. Eu duvido vocês encontrarem uma obra dele na Rocinha. Eu duvido vocês encontrarem uma obra dele no Rio de Janeiro", afirmou.

O Complexo do Alemão foi uma das vitrines das obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) dos governos petistas e do frustrado programa de pacificação do ex-governador do Rio Sergio Cabral, hoje preso.

Em 2010, Lula sugeriu que o teleférico do Alemão fosse um "novo cartão-postal". Ao custo de R$ 328 milhões, o transporte fechou em 2016 para manutenção e nunca mais abriu, por um imbróglio jurídico entre o estado e a empresa administradora.

Antes da caminhada, o presidente ergueu uma imagem de Nossa Senhora de Aparecida, padroeira do Brasil que lhe foi entregue por uma moradora. Durante o percurso, feito na caçamba de uma caminhonete, ergueu uma bandeira do Brasil.

De cadeira de rodas, o aposentado Francisco Rodrigues, 68, acompanhava o início do ato. "Ele é o candidato dos pobres. Votei nele no primeiro turno e faço questão de ir votar novamente. Moro em um dos apartamentos do PAC, na avenida Itaoca", disse.

Rodrigues conta que passou a se locomover com a cadeira após sequelas da Chikunguya, contraída há 4 meses.

Após uma agenda mais concentrada no Sudeste para tentar reduzir a diferença do presidente Jair Bolsonaro, o ex-presidente segue para o Nordeste, região em que teve grandes vitórias no primeiro turno.


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