SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - O ministro-chefe da Casa Civil e um dos coordenadores da campanha de reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL), o senador Ciro Nogueira (PP-PI) afirmou que a questão sobre a desconfiança sobre as urnas eletrônica "já está superada" para o 2º turno.

Em entrevista publicada nesta quinta-feira (13) pelo jornal Valor Econômico, ele também avalia que a campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está em "desespero".

Ciro Nogueira avaliou que a contestação das urnas "já está superada" mesmo sem ter acessado o relatório das Forças Armadas. "Não tive acesso. Não acho que a gente vai ter surpresa nisso, não. Eu acho que isso é uma pauta superada. A última coisa com que eu me preocupo é isso aí".

O ministro ainda afirmou que Bolsonaro também já "superou" o tema. O presidente atacou diversas vezes a urna eletrônica sem apresentar provas, sugerindo fraude no sistema eleitoral, sendo um dos principais defensores do voto impresso.

"Eu acho que o presidente está bem mais convicto de que vai ganhar a eleição. Eu acho que ele superou essa história de urna, estamos virando essa página. A população agora está confiando mais no sistema. E eu acho que o papel do Exército foi muito importante para dar a credibilidade para as pessoas que não acreditavam. Eu acho que o presidente hoje está cada vez melhor", declarou.

A conversa com o jornal ocorreu no mesmo dia em que Bolsonaro pediu para os eleitores ficarem na seção eleitoral até o fim da votação após novamente lançar desconfiança sobre o sistema eleitoral.

"No próximo dia 30, de verde e amarelo, vamos votar e vamos permanecer na região da seção eleitoral até a apuração dos resultados. Tenho certeza que o resultado será aquele que todos nós esperamos, até porque o outro lado não consegue reunir ninguém. Todos nós desconfiamos. Como pode aquele cara ter tantos votos, se o povo não está ao lado dele", disse ele.

Um dos principais coordenadores da campanha bolsonarista, o filho do presidente, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) declarou, em entrevista publicada na quarta (12) pelo jornal O Globo, que não houve fraude nas urnas eletrônicas, mas na sequência mudou a fala e disse que as Forças Armadas ainda estão em "processo de coleta de informações" para um relatório ainda não divulgado.

"O resultado (do relatório das Forças Armadas) não foi divulgado porque não está pronto. O trabalho que nós fazemos é para diminuir a possibilidade de fraude. Não aconteceu, mas podia ter acontecido", disse o senador ao ser questionado se o presidente pediu para o Ministério da Defesa não divulgar o relatório de fiscalização das urnas.

Perguntado em seguida se acredita, então, que não houve fraude, ele mudou o tom da resposta e preferiu dizer que não sabia. "Não sei. É processo de coleta de informações ainda".

Para Nogueira, trazer de volta a fala de Bolsonaro em relação ao canibalismo por apoiadores do ex-presidente Lula foi um ato "desespero" no 2º turno contra o presidente.

"Eu vi que nós ganhamos na primeira inserção do Lula, a questão do canibal. Ali já foi desespero. Veja como o presidente começou o segundo turno e veja como o Lula começou. Pô, canibal?! É isso que sobrou pra ele? Quer dizer que "genocida" não deu certo, agora é canibal?", avaliou.

Ainda na conversa com o Valor Econômico, ele palpitou que as eleições vão acabar com "53% para o presidente Bolsonaro e 47% para o Lula" e que o pleito já está decidido em São Paulo, onde Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Fernando Haddad (PT) disputam o 2º turno.

"São Paulo não tem mais eleição para governador, acabou a disputa em São Paulo. No debate da Band, não estavam mais discutindo o governo, estavam discutindo a questão nacional. O Haddad esqueceu a eleição paulista e foi para a nacional. Qual a tendência lá? O crescimento do Tarcísio ajudará o Bolsonaro a aumentar a votação".


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