SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A produtora de vídeos Brasil Paralelo reagiu com ironia à decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que determinou a retirada de um vídeo em que ela menciona episódios de corrupção durante os governos de Luiz Inácio Lula da Silva.
Conhecida por produções com viés de direita, postou receitas de bolo em seu perfil no Twitter, indicando que é vítima de censura.
O expediente era usado pela imprensa durante o regime militar, quando tinha reportagens censuradas.
Atendendo a um pedido da coligação de Lula, o TSE considerou que, apesar de fatos narrados pelo vídeo, como o escândalo do mensalão, serem verídicos, a forma como foram apresentados causa "desordem informacional" que prejudica a campanha do petista.
A decisão, por 4 votos a 3, manda o Twitter excluir o vídeo em 24 horas, sob pena de multa de R$ 10 mil, aplicada também à produtora.
"A censura de erros factuais já é algo que condenamos por questão de princípio, mas censurar fatos que podem prejudicar um político pela forma como são organizados leva a questão para outro nível. É algo bem totalitário", diz Henrique Viana, um dos sócios da produtora.
Segundo ele, houve diversas manifestações de solidariedade à Brasil Paralelo em razão do episódio, incluindo de pessoas que não são de direita, nem votam no presidente Jair Bolsonaro (PL).
Em nota, a Brasil Paralelo diz ser "inacreditável que um vídeo montado com reportagens e fatos de ampla circulação nacional na grande mídia em 2004, 2005 e 2006 seja condenado à censura pelo calor da época eleitoral".
Segundo a empresa, "o devido processo legal e a liberdade de expressão parecem ter sido abandonadas neste caso."
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