LAVRAS, MG (FOLHAPRESS) - Candidato a vice-presidente na chapa de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB) foi nesta terça-feira (25) ao bolsonarista sul de Minas encerrar suas viagens de campanha, escolhendo uma cidade simbólica, Lavras, que deu uma apertada vitória ao PT no primeiro turno, 45,6% dos votos válidos contra 44,2% de Jair Bolsonaro (PL).

Na entrada e na saída do clube de Lavras, onde comandou ato político com a presença de cerca de 300 apoiadores de Lula, o ex-tucano assistiu a um protesto de cerca de 40 bolsonaristas que o aguardavam do lado de fora, do outro lado da rua.

Separados dos petistas pela Polícia Militar, os bolsonaristas portavam bandeiras, instrumentos de som e um cartaz que dizia que Alckmin está querendo voltar à cena do crime ao lado de Lula.

A menção é a uma antiga fala do então tucano que vem sendo explorada na TV e no rádio pela campanha de Bolsonaro. Em 2017, ele disse que Lula queria voltar à cena do crime com sua tentativa de se candidatar no ano seguinte.

Alckmin acabou fracassando naquela eleição e Lula, que foi preso pela Operação Lava Jato, teve a candidatura barrada pela Justiça Eleitoral. Bolsonaro acabou se elegendo derrotando Fernando Haddad (PT) no segundo turno.

Em 2022, Lula selou uma aliança com Alckmin na tentativa de criar uma ampla frente de apoio em contraposição a Bolsonaro.

Na saída do ato político em Lavras, nesta terça, Alckmin acenou para as pessoas e entrou no carro no momento em que apoiadores abafavam o protesto do outro lado da rua com gritos de "Lula, guerreiro do povo brasileiro".

Uma mulher bem próxima do carro ficou repetindo as palavras "vergonha".

Mais cedo, Alckmin participou de campanha também em outra cidade do sul de Minas, Alfenas.

Em Lavras, participaram do ato, entre outros, o ex-governador de São Paulo Márcio França (PSB) e os deputados federais do PT Reginaldo Lopes e Odair Cunha, que integram a coordenação da campanha de Lula no estado.

Em sua fala aos aliados, o vice de Lula voltou a pregar a necessidade de os apoiadores continuarem na busca de votos até o domingo.

Questionado pela reportagem sobre como avaliava a postura do governador Romeu Zema (Novo) no segundo turno, Alckmin evitou criticar o adversário.

"Nós respeitamos todos aqueles que fazem campanha e participam da vida pública. O que o presidente Lula falou é que, se Deus quiser e sendo eleito, nas primeiras duas semanas ele vai chamar os 27 governadores de estado, independentemente de partido político, para discutir projetos estruturantes para cada estado e cada região", disse Alckmin.

Zema declarou apoio a Bolsonaro e tem atacado fortemente Lula e o PT, além de promover uma série de ações junto a prefeitos na tentativa de virar a eleição em Minas Gerais, que no primeiro turno deu a vitória a Lula por cinco pontos percentuais de diferença.

A batalha em Minas se tornou prioridade das duas campanhas nessa reta final. Além de o estado reunir o segundo maior eleitorado do país, desde a redemocratização todos os eleitos também triunfaram nas urnas mineiras.

Nesta terça, por exemplo, o vice de Bolsonaro, Braga Netto (PL), também esteve em cidades mineiras participando de encontros e eventos de campanha.

De sexta-feira (21) da semana passada até esta quinta-feira (27) o estado considerado chave na disputa já recebeu ou receberá as visitas de Lula e Bolsonaro; de Alckmin e Braga Netto, além de duas das principais apoiadoras dos postulantes ao Planalto neste segundo turno: Simone Tebet (MDB) e a primeira-dama Michelle Bolsonaro.

Nesta quarta (26), Bolsonaro deve participar de atos de campanha em Teófilo Otoni, cidade governada pelo PT, e Uberlândia, no Triângulo Mineiro. Na quinta (27), será a vez de Tebet voltar ao estado para eventos em Divinópolis e Belo Horizonte.


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