BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O ministro aposentado do STF (Supremo Tribunal Federal) Marco Aurélio Mello afirmou nesta quinta-feira (27) que irá votar em Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno das eleições.

Ao se referir a Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ele justifica que, como ex-juiz, não pode "subscrever o nome de quem durante oito anos foi Presidente da República e teve o perfil político manchado pelos célebres casos Mensalão e Lava Jato".

Em um artigo enviado à imprensa, intitulado "Por que Bolsonaro?", Marco Aurélio afirma que, em 2002, "buscando alternância social", votou em Lula, assim como em 2006. Em 2018, diz ele, votou em Fernando Haddad (PT) para a Presidência.

À Folha, o ministro aposentado disse que escreveu o artigo "para explicar a sua guinada".

"Nestas eleições, anunciei que votaria em quem estivesse, nos levantamentos, em terceiro lugar. O voto foi, no primeiro turno, em Ciro Gomes, candidato que tão bem conhece, como poucos, as entranhas brasileiras", diz o ministro em seu artigo.

"A apuração desaguou na atualidade. Bolsonaro, na busca da reeleição, segundo colocado, e Lula em primeiro lugar, sem alcançar a maioria exigida constitucionalmente -metade mais um dos votos válidos."

Ele afirma que, devido à Lava Jato, Lula "veio a ser condenado a substancial pena de reclusão, executada em parte".

"Dir-se á que o Supremo anulou os processos-crime. No julgamento fui, com outros colegas, voto vencido", afirma.

Marco Aurélio diz que os entendimentos dos colegas por questões de competência do foro -se o petista devia ser julgado em Brasília ou no Paraná- levaram a corte a anular os processos que Lula respondia por acusação de corrupção e lavagem de dinheiro.

"Mas o Supremo, na voz da sempre ilustrada maioria, bateu o martelo, vindo a ressuscitar, politicamente, o candidato Lula, gerando polarização que inviabilizou terceira via. O Absolveu? A resposta é desenganadamente negativa. "

"O fato não afasta a consciência do eleitor, na análise da vida dos candidatos. Eis as razões pelas quais, no domingo, 30 de outubro de 2022, embora aos 76 anos de idade o voto não seja obrigatório, cumprirei o direito-dever de eleger o representante maior, sufragando o nome do candidato Jair Messias Bolsonaro, que vem de obter expressiva vitória nas eleições para a Câmara dos Deputados e Senado da República, com vários ex-ministros eleitos, destacando-se a figura ímpar do vice-presidente Mourão, senador pelo brioso Estado do Rio Grande do Sul", diz o ministro aposentado.

"O fato sinaliza o bom trabalho desenvolvido. Com a palavra os eleitores. O eleito há de ser diplomado, tomar posse e entrar em exercício, atento às mazelas nacionais que tanto nos envergonham. Que assim o seja, com avanço cultural, mediante a constante busca de dias melhores para a sofrida República retratada pelo Brasil."


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