BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Missões de observação internacional e autoridades estrangeiras que acompanharam as eleições voltaram a elogiar o sistema eletrônico de votação e o trabalho do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

O chefe da equipe da Uniore (União Interamericana de Organismos Eleitorais), Lorenzo Córdova, disse nesta segunda-feira (31) que a "fortaleza" institucional e jurídica brasileira foi capaz de controlar um processo eleitoral com "preocupantes níveis de tensão política".

Ele disse que o TSE agiu rapidamente, por exemplo, para interromper as operações da PRF (Polícia Rodoviária Federal) durante a votação e evitar desequilíbrio no pleito.

Além da Uniore, a missão de observação da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa) apresentou relatório parcial sobre a disputa do segundo turno com elogios ao sistema eletrônico de votação.

"As eleições gerais do Brasil, sobre o ponto de vista organizacional, decorreram de acordo com os padrões e requisitos internacionais aceites e, fundamentalmente, em conformidade e observância dos preceitos legais", afirmou a missão da comunidade.

O TSE declarou neste domingo (30) Luiz Inácio Lula da Silva (PT) eleito, com 50,9% de votos, contra 49,1% de Jair Bolsonaro (PL), primeiro presidente a não conquistar a reeleição.

Outras missões de observação acompanharam o segundo turno e ainda não apresentaram relatório parcial, como da OEA (Organização dos Estados Americanos).

Além dessas missões, que trazem equipes maiores e fazem inclusive análises técnicas sobre o sistema eleitoral, o TSE convidou autoridades latino-americanas do Idea (International Institute for Democracy and Electoral Assistance) para acompanhar o pleito.

Em relatório, o órgão disse que a eleição ocorreu em "ambiente político complexo de preocupações democráticas e tensões múltiplas". Mesmo nesse cenário, disse o instituto, a votação ocorreu de forma calma, "com respeito entre os eleitores".

"A urna eletrônica no Brasil provou mais uma vez a sua segurança e rapidez no processamento dos resultados", disse ainda o Idea em nota.

Como mostrou a Folha de S.Paulo, os convidados estrangeiros do TSE reprovaram o envolvimento das Forças Armadas na discussão sobre as regras eleitorais. No relatório, a delegação do Idea afirma que é "essencial recuperar o caráter exclusivamente civil do processo eleitoral".

As missões de observação, além do instituto convidado a acompanhar o pleito, também elogiaram o combate às fake news feito pelo TSE.

Lorenzo Córdova, da Uniore, disse que o tribunal se tornou "ponto de referência" na análise sobre a desinformação contra o sistema eleitoral. "O fenômeno de desacreditar e hostilizar as autoridades eleitorais cresce no mundo como um fenômeno preocupante. O Brasil não está excluído disso", afirmou Córdoba.

Ele ainda minimizou o fato de Bolsonaro não ter se manifestado para reconhecer publicamente a derrota.

"O que há é o tempo da política. Alguns aliados do presidente já reconheceram o resultado. Virão as impugnações, queixas, terão de ser processadas. No fim haverá uma definição, e depois a mudança do governo", disse Córdova.


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