BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O vereador de Manaus (AM) Amom Mandel (Cidadania) foi o deputado federal com a maior votação proporcional nas eleições deste ano. Ele recebeu 14,5% dos votos no Amazonas.
Com 21 anos, Mandel foi o vereador mais jovem da capital amazonense quando se elegeu em 2020.
O desempenho de Mandel desbancou nomes mais conhecidos na política nacional, como Bia Kicis (PL), que recebeu 13,32% dos votos do Distrito Federal; Nikolas Ferreira (PL), o vereador bolsonarista de Belo Horizonte que foi o mais votado em termos absolutos e ficou com 13,32% dos votos em Minas Gerais; e Arthur Lira (PP), presidente da Câmara dos Deputados, que teve 13,26% dos votos em Alagoas.
Mandel conseguiu a votação expressiva para o Amazonas mesmo dispondo de menos tempo de televisão do que os outros integrantes da lista dos parlamentares mais votados. Com apenas um segundo para suas inserções na TV, o vereador se limitava a dizer "eu sou o Mandel, beba água".
Na Câmara dos Vereadores de Manaus, Mandel privilegiou a pauta ambiental. Um dos seus projetos envolve plantar árvores frutíferas na cidade e em comunidades ribeirinhas próximas.
Apesar do pouco tempo de televisão, Mandel teve à disposição de sua campanha R$ 478 mil, segundo informação declarada pelo vereador ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral). A quantia veio de doações, já que ele não utilizou recursos do fundo eleitoral.
As principais doações para sua campanha vieram de familiares do lado materno. A família Chalub doou R$ 212 mil para sua campanha. Outros R$ 36 mil vieram da sua mãe, Elza Pereira de Mello.
A lista dos deputados com a maior votação proporcional demonstra a força do bolsonarismo na eleição para deputado federal, o que levou o PL, partido do presidente Jair Bolsonaro (PL), a eleger a maior bancada neste ano (99 parlamentares).
Entre os dez deputados eleitos com a maior votação proporcional, três são do partido do presidente. Além de Ferreira e Kicis, também está no grupo o coordenador da entidade armamentista Proarmas, Marcos Pollon.
Uma votação expressiva ajuda a eleger outros parlamentares da mesma sigla por meio do quociente eleitoral. Em Minas Gerais, o PL elegeu 11 deputados federais de um total de 53 parlamentares. Em grande parte, isso foi possível graças ao 1,5 milhão de votos recebidos por Nikolas Ferreira.
Entre os beneficiados está o ex-ministro do Turismo de Bolsonaro, Marcelo Álvaro Antônio (PL), que foi o deputado eleito com a menor votação proporcional do Brasil (0,28% dos votos em Minas Gerais).
Álvaro Antônio comandava o PSL mineiro em 2018 quando Bolsonaro se elegeu pela sigla para a Presidência da República. Por isso, ele foi investigado pelo uso de candidaturas laranjas de mulheres, uma forma de burlar as exigências do TSE de um repasse mínimo de recursos para postulantes femininas.
A investigação o levou a pedir demissão do cargo de ministro do Turismo e voltar para a Câmara dos Deputados.
Em Alagoas, a forte votação em Arthur Lira (PP) fez com que o seu partido ficasse com quatro das nove vagas em jogo nas eleições deste ano para a Câmara dos Deputados.
Já no Distrito Federal, a votação em Bia Kicis permitiu a volta de outro bolsonarista à Câmara, o ex-deputado Alberto Fraga (PL).
Na lista dos dez deputados com a maior votação proporcional há ainda dois parlamentares do PT que buscavam a reeleição: Erika Kokay, do Distrito Federal, que teve 9,06% dos votos, e Natalia Bonavides, do Rio Grande do Norte, que teve 8,42% dos votos.
O Republicanos também tem dois parlamentares na lista: Fred Linhares, do Distrito Federal, que ficou com 10,26% dos votos; e Toinho Andrade, do Tocantins, que teve 7,68% dos votos.
A União Brasil também teve dois parlamentares entre os dez mais votados. Yandra de André recebeu 11,01% dos votos em Sergipe e Dr. Fernando Máximo teve 9,85% dos votos em Rondônia.
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