SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - Um vídeo da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, no casamento da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), em 2020, voltou a circular nas redes sociais. Usuários do Twitter questionam a presença da mulher do presidente Jair Bolsonaro (PL), que é evangélica, em um templo da maçonaria, onde o evento foi celebrado.

Ontem, uma gravação antiga do chefe do Executivo em um local com símbolos da maçonaria viralizou. A ideia por trás do compartilhamento desse tipo de conteúdo é tentar vincular o presidente e a primeira-dama a uma prática condenada pela Igreja Católica e associada ao satanismo por muitos evangélicos, grupo que concentra boa parte dos apoiadores do mandatário à reeleição.

Há dois anos, Carla Zambelli se casou com o coronel Aginaldo de Oliveira em um templo maçônico e reuniu, além de Michelle Bolsonaro, alguns dos principais integrantes do governo na época: o ex-ministro da Justiça, Sergio Moro (União Brasil), o da Educação, Abraham Weintraub (PMB), e a ex-secretária especial da Cultura, Regina Duarte.

No discurso, Moro, que voltou a apoiar Bolsonaro recentemente, fez piada com a maçonaria. "Sendo um casamento maçom, eu não sabia se podia falar porque é tudo segredo. Eu não sei se posso dizer que sou testemunha ou que não sou testemunha do casamento.

"No vídeo, é possível ver Michelle ao fundo na cerimônia, enquanto a deputada e o coronel fazem os votos no casamento. No pedestal, Weintraub e a esposa Daniela, Moro e Rosângela Moro (União Brasil), todos padrinhos de casamento, acompanham a celebração.

Deputados bolsonaristas, como Major Vitor Hugo (PL-GO), Coronel Armando (PL-SC), e Bia Kicis (PL-DF), também marcaram presença.

Além dos nomes ligados ao bolsonarismo, um momento nacionalista marcou o casamento: os convidados cantaram à capela (sem acompanhamento de instrumentos) o Hino Nacional para a entrada da bandeira do Brasil logo após a chegada da noiva.

O QUE É A MAÇONARIA

A maçonaria é uma organização fraterna que tem origem na Idade Média, e surgiu como uma irmandade de homens construtores (mason, em inglês, é pedreiro). Uma das características mais marcantes é a de que seus membros protegem uns aos outros, e só é possível entrar no grupo com o consentimento de outros integrantes.

Maçonaria não é religião, apesar de se apresentar como uma instituição religiosa, que "reconhece a existência de um único princípio criador, regulador, absoluto, supremo e infinito ao qual se dá, o nome de Grande Arquiteto do Universo".

De acordo com coluna de Rubens Valente de 2020, parte importante da maçonaria apoiou a campanha de Jair Bolsonaro em 2018. Além disso, dois conhecidos maçons integraram o governo, como o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta e o vice-presidente, o general reformado Hamilton Mourão.

Além deles, Kassio Nunes Marques, ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) apontado por Bolsonaro em 2020, declarou ser mestre da maçonaria em 2010, um grau considerado elevado na organização.


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