BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Integrantes da base bolsonarista no Congresso Nacional consideraram arrogante o anúncio da PEC da Transição pela equipe de Lula (PT) sem articulação prévia com os partidos de centro.

Na avaliação de um apoiador do presidente, o trio Geraldo Alckmin (PSB), Gleisi Hoffmann (PT) e Aloizio Mercadante (PT), poderia, ao menos, ter entregue a negociação da medida ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) que tem um diálogo melhor com as diversas forças políticas e legitimidade para conduzir uma medida como essa.

Além disso, designar o senador eleito Wellington Dias (PT-PI), em dobradinha com Marcelo Castro (MDB-PI), o relator do Orçamento 2023, pareceu provocação ao ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI), adversário político de ambos no estado, que acabou de passar por uma derrota. Como presidente de honra do PP, Ciro poderia ser um interlocutor importante nessa construção.

Aliado de primeira ordem do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o senador Renan Calheiros (MDB-AL) classificou a manobra como "barbeiragem". Segundo ele, não era necessário "se entregar dessa forma" ao centrão. "É uma barbeiragem. O centrão já não cabe no orçamento. É preciso ouvir as pessoas", diz.

Para ser aprovada, precisa passar por duas votações, tanto na Câmara quanto no Senado, e ter o apoio de mais de três quintos dos parlamentares.


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