BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O governador eleito do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), e o presidente do PSDB, Bruno Araújo, encontraram-se com o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), nesta quarta-feira (9).
Após a reunião, os tucanos disseram que o partido vai colaborar para a "governabilidade" e "estabilidade" do país durante a gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), presidente eleito.
PT e PSDB são opositores históricos, mas lideranças tucanas, como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, deram apoio formal a Lula na disputa contra o atual presidente Jair Bolsonaro (PL).
"Significa dar espaço para que o novo governo, eleito, legitimamente escolhido pelo povo brasileiro em sistema de votação que confiamos, que este novo governo tenha espaço necessário para se apresentar, mostrar os caminhos", disse Leite à imprensa.
"Claro que a gente tem uma curiosidade também. Ainda não está bem esclarecido quais serão as diretrizes econômicas, qual será a equipe, qual será o caminho que será apresentado ao país. No momento em que for apresentado, vamos exercer nosso papel como partido que tem um programa, uma visão."
O presidente do PSDB afirmou que a legenda não fará parte da base de apoio de Lula nem terá cargos no próximo governo. Ele afirmou, porém, que o PSDB vai colaborar com a "governabilidade".
"Teremos relação de um partido comprometido com a estabilidade", declarou Araújo.
Ele também disse que o PSDB deve votar pela aprovação da PEC da Transição, medida essencial para que Lula acomode no Orçamento verbas para cumprir em 2023 algumas de suas principais promessas de campanha.
Leite afirmou que também tratou com Alckmin sobre a relação entre o governo federal e os estados. Ele disse que os enfrentamentos com governadores que marcaram a gestão de Bolsonaro desgastaram a democracia.
"A democracia no Brasil foi especialmente estressada nos últimos anos. Enfrentamentos e ataques às instituições que geraram especial tensionamento e ansiedade da nossa população em relação a nossa democracia."
"A gente tem um compromisso, que é garantir condições de governabilidade para que o país possa avançar", disse ainda o governador eleito.
Leite também afirmou que as divergências entre o PSDB e a gestão de Lula serão tratadas com "responsabilidade".
"Nunca exercendo de forma irresponsável ou sistemática uma oposição que traga prejuízo ao interesse nacional maior de fortalecer a nossa democracia."
Lula tem defendido o diálogo com partidos de centro e da direita. Ele prometeu não interferir nos processos de escolha dos novos presidentes do Congresso Nacional --num aceno ao deputado Arthur Lira (PP), atual chefe da Câmara.
O petista também prega harmonia entre os Poderes, numa contraposição ao conflito institucional constantemente estimulado pelo atual presidente, Jair Bolsonaro (PL).
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