BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O MPF (Ministério Público Federal) no Distrito Federal pediu a abertura de investigação para apurar se dados e arquivos de computadores do Palácio do Planalto foram apagados.

Na sexta-feira (11), o portal Metrópoles afirmou que funcionários da área de informática da Presidência receberam uma mensagem dizendo que a rede do Planalto havia detectado uma "ameaça" e que, por isso, os computadores teriam que ser formatados.

Em nota divulgada na tarde de sexta, a Secretaria-Geral da Presidência negou qualquer perda, vazamento ou exclusão de dados institucionais nestes últimos meses de governo Jair Bolsonaro (PL), que será sucedido por Lula (PT) a partir de 2023.

Segundo a pasta, no dia 1° de novembro foi detectada na rede a presença de um malware (software malicioso) em algumas estações de trabalho. Ainda de acordo com o comunicado, a infecção ocorreu por meio de phishing -golpe por meio do qual o usuário é enganado para revelar informações privadas.

"Não houve vazamento, perda de dados institucionais e nem comprometimento de sistemas hospedados na rede da Presidência da República. Dessa forma, como procedimento padrão, as máquinas afetadas têm passado por reparo dos sistemas operacionais pela área técnica responsável", disse a Secretaria-Geral.

"Por fim, esclarecemos que os arquivos institucionais ficam armazenados em servidor de arquivos no Centro de Dados da Presidência da República e que a política de segurança prevê o backup regular desses dados, bem como a conscientização dos colaboradores quanto à abertura de arquivos ou links suspeitos recebidos por e-mail ou outras fontes", disse ainda o Planalto.

Diante da reportagem do portal, a Procuradoria federal no DF agiu de ofício para apurar o ocorrido.

"O MPF quer que a Secretaria-Geral da Presidência explique de quem partiu a ordem de formatação dos HDs e se a pasta promoveu a apuração de responsabilidades sobre eventuais causas e responsáveis pelo ocorrido", afirmou a Procuradoria, em nota.

"Diante da situação, o MPF alerta que os fatos são graves e suficientes para instaurar uma investigação. O Ministério Público sustenta também que a Presidência da República não esclareceu se computadores foram formatados, se arquivos foram danificados ou apagados, se dados sensíveis foram vazados, se dados públicos foram perdidos ou se houve investigação sobre a origem do ataque", afirmou ainda o comunicado.

Por último, o MPF alega que devem ser apuradas "todas as circunstâncias do suposto ataque e da suposta formatação".

"Faz-se necessário, assim, para a adequada proteção do patrimônio público e para a segurança da informação constante de bancos de dados da maior relevância para o Estado brasileiro, que todas as circunstâncias do suposto ataque e da suposta formatação sejam apuradas, bem assim que os agentes públicos envolvidos na ocorrência sejam ouvidos, para melhor esclarecer os fatos, seus desdobramentos e consequências", destacou o órgão, na peça que pede a instauração da apuração.


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