BRASÍLIA, DF, E SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Afastado por fazer piada de cunho nazista em um grupo de WhatsApp do Banco do Brasil, o gestor Kauam Sarabi Moreira é apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL) e do agora senador eleito Sergio Moro (União-PR) nas redes sociais.

No Instagram, ele faz postagens favoráveis aos dois políticos de direita desde 2018. Em 28 de outubro daquele ano, dia da eleição de Bolsonaro, ele postou foto em uma comemoração de eleitores, vestido com a bandeira do Brasil, dizendo-se estar em "Bolsonarópolis".

Cinco dias depois, fez outra publicação com a hashtag #presidenteBolsonaro. Ele aparece à frente de um boneco de Moro e faz o seguinte comentário. "Você falou superministro? Fortaleza, 21/10/2018, prevendo o futuro" , escreveu. O ex-juiz da Lava Jato, viria a ser nomeado pelo presidente como seu ministro da Justiça. Os dois, mais adiante, romperiam, reconciliando-se apenas nas eleições deste ano.

Em outra postagem, deste ano, Kauam posa com mais três pessoas, todas com o figurino verde e amarelo adotado pelos bolsonaristas. "Família indo votar unida!!!", legendou.

Nesta segunda (14), o Banco do Brasil disse ter afastado o gestor depois que outros funcionários o denunciaram por possível apologia ao nazismo. Ele é gerente de operações estruturadas alinhadas com as "boas práticas socioambientais" (ESG).

Procurado pela Folha de S.Paulo., Kauam negou o afastamento. Disse que está de férias e que retorna ao trabalho normalmente em um mês. Ele não quis comentar sobre as mensagens no WhatsApp.

Por meio de sua assessoria, o BB disse repudiar qualquer manifestação de discriminação e que não compactua com apologia contra grupos raciais, culturais, religiosos ou sociais, como prevê seu Código de Ética.

Segundo relatos feitos ao Painel S.A., na quarta-feira (9) os funcionários do banco estavam conversando no grupo sobre assuntos não relacionados ao trabalho.

Moreira, que tem posição de chefia, respondeu a um comentário com uma montagem de Adolf Hitler conversando ao telefone.

O texto da figurinha fazia um pedido: "Hans, liga o gás". A referência remonta às câmaras de gás em que judeus foram exterminados em massa durante a Segunda Guerra Mundial.

Após o ocorrido, ninguém repreendeu Kauam, chefe apontado como abusivo e com histórico de assédio moral dentro da instituição. O caso, no entanto, foi denunciado à ouvidoria interna e passa por apuração.

O banco diz que ainda não autorizou as férias de Kauam. Ele foi separado do convívio com os funcionários, mas deve comparecer ao trabalho normalmente até que o pedido de férias seja analisado.

Nesta segunda-feira (14), um dos administradores do grupo em que a conversa ocorreu enviou mensagem aos funcionários dizendo que os canais de WhatsApp do banco seriam desativados e que o Microsoft Teams será o único canal oficial de assuntos relativos ao trabalho.


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