BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O ministro Dias Toffoli fez uma festa no último domingo (20) para comemorar seu aniversário ao lado de colegas de STF (Supremo Tribunal Federal) e políticos de variados espectros políticos.
Chamou a atenção dos convidados a presença do ministro Alexandre de Moraes no mesmo ambiente que aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL), como o chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI), e o secretário especial de Assuntos Estratégicos, almirante Flávio Rocha.
Moraes se tornou um dos principais algozes do presidente durante seu mandato. O ministro Kassio Nunes Marques, indicado por Bolsonaro ao Supremo, também esteve presente e até subiu no palco para cantar.
A vice-governadora eleita do Distrito Federal, Celina Leão (PP), também fez as vezes de cantora no convescote.
A comemoração foi no Bar dos Arcos, em São Paulo, e cada um tinha uma comanda individual para pagar a própria bebida e a comida. Toffoli completou 55 anos no último dia 15 e fez a comemoração no fim de semana seguinte à data.
Os ex-ministros da corte Nelson Jobim e Joaquim Barbosa estiveram na festa.
Barbosa e Moraes tiveram uma conversa em tom descontraído em que concordaram que, caso tivessem sido contemporâneos no STF, poderiam ter protagonizado duros embates entre si. Ambos são conhecidos por terem personalidade forte e por agirem de maneira impetuosa.
Em conversas paralelas, Toffoli afirmou que tem atuado para amenizar a tensão entre as Forças Armadas e o governo eleito do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O objetivo seria impedir um acirramento na relação que agite ainda mais manifestações golpistas de bolsonaristas inconformados com o resultado eleitoral.
Indicado para o TCU (Tribunal de Contas da União) por Bolsonaro e amigo do presidente, o ministro Jorge Oliveira também esteve presente.
Segundo relatos, a festa começou no horário do almoço e se estendeu até a noite. Toffoli é conhecido pelo perfil conciliador e por reunir políticos e magistrados em ambientes mais descontraídos.
Ele mantém boa relação com autoridades de diferentes matizes ideológicas. O ministro foi indicado para o Supremo por Lula em 2009, quando era advogado-geral da União.
A atuação do magistrado contrária à operação Lava Jato, que impactou os governos do PT, sempre agradou os petistas.
No entanto ele foi alvo de duras críticas de políticos de esquerda por ter sido um dos ministros do STF mais próximos de Bolsonaro durante seu governo e também por ter dificultado a ida de Lula ao velório do irmão em 2019, quando estava preso em Curitiba.
Sempre é lembrada a afirmação dele, feita durante a campanha de 2018, quando o atual presidente já era favorito, de que prefere chamar o golpe militar de "movimento de 1964".
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