BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Depois de algumas idas e vindas, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), decidiu deixar para o próximo ano a eleição para ministro do TCU (Tribunal de Contas da União).

Segundo interlocutores, Lira preferiu evitar que os 219 deputados que não conseguiram se reeleger pudessem tumultuar e atrapalhar as chances de Jhonatan de Jesus (Republicanos-RR), a quem apoia.

Sem nada a perder, esses parlamentares poderiam se lançar candidatos e acabar pulverizando os votos. A tática evita também que Fábio Ramalho (MDB-MG), outro não reeleito e que já vinha correndo por fora, consiga atrair esses votos.

Além isso, deixando para a próxima legislatura, a cadeira pode entrar no bojo das negociações para a reeleição de Lira como presidente da Câmara. Com um grupo bastante amplo de aliados, que deve incluir até o PT, ele precisará fazer concessões e acomodações. O cargo no TCU, que é vitalício, poderia entrar na oferta.

Cabe à Câmara a indicação do substituto da ministra Ana Arraes. O posto está vago desde 22 de julho, quando ela se aposentou.

A bancada do PT prevê anunciar nesta terça-feira (29) o apoio do partido do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, à recondução de Lira ao comando da Câmara, em decisão que deve ser acompanhada também pelo PSB do vice, Geraldo Alckmin (PSB).

O apoio vinha sendo costurado desde semana passada, mas havia alguns entraves, em especial envolvendo a participação do partido na Mesa Diretora e a disputa por comissões.


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