BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O ministro da Secretaria de Comunicação, Paulo Pimenta, disse na manhã desta segunda-feira (9) que vândalos golpistas que invadiram o Palácio do Planalto, além de armas, levaram também HDs e documentos.
Segundo Pimenta, houve cumplicidade com os criminosos, que "conheciam" o Planalto. Outra parcela estava apenas destruindo o local e muitos estavam bêbados.
"Uma parte das pessoas [no Palácio] sabia o que estavam fazendo. Enquanto a horda destruía tudo, uma parte agia com inteligência. Levaram muito HD, levaram armas, documentos", disse a jornalistas na porta do Planalto.
O prédio passa ainda por perícia nesta manhã. De acordo com o ministro, há sangue, urina e fezes, o que facilitaria identificação dos criminosos.
Dentre as obras danificadas, há um quadro de Di Cavalcanti, rasgado a facadas, e um relógio do século 18, que pertenceu a Dom João 6.
"Quem entrou no Palácio conhecia o Palácio. Nada do que aconteceu aqui poderia ter acontecido sem que algum nível de facilitação, algum nível de cumplicidade", disse Pimenta.
O ministro comparou o fato de as portas principais do Planalto e do Congresso não terem sido destruídas como a do STF (Supremo Tribunal Federal), inteiramente quebrada.
"Foi um ato não contra o Poder Executivo, mas contra a democracia. Tentativa de golpe de Estado que não se concretizou", completou.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebe, nesta manhã, a presidente do Supremo, Rosa Weber, e ministros da corte para discutir ação coordenada contra o episódio. Também acompanham a discussão o ministro da Justiça, Flávio Dino, de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, além do próprio Pimenta.
O encontro ocorre no gabinete presidencial do Planalto, no qual os vândalos não conseguiram entrar, por ser uma sala blindada.
A ideia é mostrar que, apesar da depredação física do local, as instituições continuam funcionando, explicou Pimenta.
Nesta manhã, o cenário era de destruição no Planalto, em especial o térreo e o segundo andar, onde ocorrem as cerimônias. Jornalistas se aglomeram nas portas do Planalto para acompanhar agenda de Lula, enquanto funcionários da presidência limpam o local. Uma servidora chegou a passar mal no segundo andar devido ao cheiro de gás lacrimogêneo, que permanece no Salão Nobre.
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