BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quarta-feira (18) que as pessoas que xingam famosos em locais públicos são "171", em referência à expressão popular usada para descrever cidadãos que cometem atos ilícitos.
"Eu tenho uma tese que é a seguinte: toda vez que você entra num bar, nunca aconteceu comigo porque eu não frequento bar ou restaurante, mas toda vez que uma pessoa famosa entra no bar e alguém xinga, aquele cidadão que xingou é 171", disse.
O chefe do Executivo mencionou situações em que seu advogado Cristiano Zanin e os cantores Chico Buarque e Gilberto Gil foram atacados de maneira inesperada e disse que é necessário identificar quem são essas pessoas.
A expressão 171 surgiu em referência ao artigo do Código Penal que leva esse número e trata do crime de estelionato.
Na última semana, Zanin foi xingado por uma pessoa no banheiro do aeroporto enquanto escovava os dentes. O homem o chamou de "bandido" e corrupto" e fez provocação, mas o advogado não reagiu e apenas deixou o ambiente.
Lula disse que orientou Zanin a fazer uma representação na Polícia Federal para que o responsável por atacá-lo seja identificado e punido.
"Não vamos permitir que continuem essas ofensas bárbaras que existem de ameaças, de xingar as pessoas em qualquer lugar. As pessoas têm que ser punidas", afirmou em entrevista à jornalista Natuza Nery, da GloboNews.
Ele disse que o advogado não reagiu porque é "muito educado", mas que acredita que o caso não pode ser esquecido.
"Esse cidadão não pode continuar achando que tem o direito de xingar pessoas no aeroporto e ficar impune. Esse cidadão tem família, a família tem que saber que espécie de ser humano ele é", disse.
O responsável por gravar pessoas públicas com ofensas a elas, segundo Lula, "tem passado nebuloso, tem algum crime cometido na vida, tem processo de sonegação".
"Pode saber que tem alguma coisa, porque um cidadão normal, mesmo que seja de direita, se ele vê a Natuza entrando no restaurante com o namorado dela, por menos que goste da Natuza, ele não vai xingar, não vai ofendê-la. É isso que acontece no mundo civilizado e é isso que quero reconstruir no Brasil, o direito de as pessoas viverem com tranquilidade", afirmou.
O mandatário também mencionou o caso de Gilberto Gil, que foi insultado no Qatar em novembro último, quando estava no país para acompanhar a Copa do Mundo.
"Vamo, Bolsonaro. Vamo, Lei Rouanet", disseram alguns em tom de ironia enquanto o cantor caminhava em direção às arquibancadas do estádio, antes de ser xingado por palavras de baixo calão.
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