SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - Aliada do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), e apoiadora do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Celina Leão (PP) diz que a opinião dela sempre foi que a nomeação do ex-ministro para a secretaria de Segurança Pública causaria "problemas" para Ibaneis Rocha (MDB).

"Talvez a boa-fé do governador o tenha colocado nessa situação, por não acreditar que poderia ser sabotado, mesmo tendo sido alertado por diversas pessoas. Ele quis nomeá-lo, apesar do pedido formal do PT para evitar. Ele [Ibaneis] dizia que Anderson havia sido secretário antes e que não houve problema", afirmou a governadora em exercício, em entrevista ao jornal O Globo.

Ibaneis foi afastado do cargo pelo período de 90 dias por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal). O afastamento foi determinado no dia 9 de janeiro, um dia após os atos golpistas que destruíram o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o STF.

Anderson Torres viajou aos EUA dias após a posse de Lula. Ele ficou em Orlando, a mesma cidade em que Bolsonaro está hospedado desde o fim de dezembro de 2022. Para a governadora do DF, esse foi o ponto que chamou atenção para o ex-ministro.

"Eu só estranhei muito a viagem dele (para passar férias nos EUA). Ele disse que estava muito cansado e que fazia tempo que não ficava com a família", disse Celina.

Para ela, os atos golpistas poderiam ter sido evitados se o ex-presidente tivesse se dirigido a seus apoiadores.

"Se houvesse uma fala firme dele, não teríamos o cenário atual. Por outro lado, o movimento estava tão extremado que, talvez, a preocupação dele era perder os apoiadores se falasse. Nesse cenário, o prejuízo teria sido menor do que o prejuízo que está acontecendo agora", afirmou.


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