BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou a instauração de novos seis inquéritos para investigar os atos de teor golpista do último dia 8, que depredaram as sedes dos Três Poderes.

Os pedidos para a abertura dos inquéritos foram feitos pela PGR (Procuradoria-Geral da República) nos últimos dias 11 e 12.

Três dessas investigações têm objetivo de apurar, respectivamente, os autores intelectuais, os financiadores e os participantes dos atos.

Outras pretendem apurar a participação de deputados federais diplomados que incitaram os atos. Foram pedidos a Moraes abertura de inquérito contra André Fernandes (PL-CE), Clarissa Tércio (PP-PE) e Silvia Waiãpi (PL-AP).

As solicitações a Moraes foram feitas pelo subprocurador-geral da República Carlos Frederico Santos, coordenador do Grupo Estratégico de Combate aos Atos Antidemocráticos na PGR.

Ele justificou que é necessária a divisão da investigação para agilizar as apurações e a apresentação de denúncias nos casos em que ficarem comprovadas as práticas de crimes pelos suspeitos.

Estão sendo investigados suspeitas dos crimes de terrorismo, associação criminosa, tentativa de abolição violenta do Estado democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, ameaça, perseguição e incitação ao crime.

No caso dos deputados diplomados, será investigada suspeita de incitação aos atos, além da tentativa de abolir o Estado democrático de Direito.

Ao todo, são sete novas investigações que tramitam junto ao STF relacionadas aos atos golpistas comandados por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Em uma delas, que envolve suspeitas de instigação e de autoria intelectual dos ataques, o próprio Bolsonaro passou a ser investigado.

O ex-presidente é suspeito de incitação pública à prática de crime, após ter postado no Facebook, na terça-feira (10), um vídeo questionando a regularidade das eleições e apagado depois.

Além dos seis novos inquéritos abertos por Moraes, ainda há um que investiga o governador afastado do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), e o ex-ministro Anderson Torres, que comandou a pasta da Justiça no governo Jair Bolsonaro.

Torres era secretário de Segurança Pública do DF no dia dos atos e havia viajado aos Estados Unidos.


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