BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O GSI (Gabinete de Segurança Institucional) deve aumentar o efetivo de agentes que atuam na proteção do Palácio do Planalto. De acordo com pessoas que acompanham o tema, a pasta comandada pelo general Gonçalves Dias também deve comprar e modernizar câmeras de vigilância, adquirindo inclusive aparelhos com reconhecimento facial.

As medidas ocorrem após os ataques golpistas do último domingo (8).

O GSI e Gonçalves Dias viraram alvo de críticas de integrantes do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que apontaram inação do órgão diante do vandalismo de bolsonaristas.

Aliados do presidente se queixaram da morosidade do GSI ante à ameaça de invasão ao Palácio do Planalto, que acabou consumada.

Diante da invasão e do fogo amigo contra Gonçalves Dias, um novo protocolo foi estabelecido. Nesta quarta-feira (11), em que havia expectativa de um novo protesto bolsonarista, a Esplanada dos Ministérios foi fechada e o Planalto teve soldados de prontidão cercando o local.

Cabe ao CMP (Comando Militar do Planalto), ligado ao Exército, realizar a segurança dos prédios da Presidência. Há dois batalhões disponíveis em Brasília e outros no entorno, que podem ser acionados a depender da demanda.

No Palácio do Planalto, as câmeras de segurança precisam ser modernizadas, segundo pessoas com conhecimento do assunto. De acordo com auxiliares do GSI, já havia um plano de mudá-las, que agora será acelerado.

No domingo, os manifestantes golpistas quebraram diversas câmeras. As que ficaram preservadas foram enviadas para perícia da Polícia Federal no mesmo dia.

O ministro Flávio Dino (Justiça) disse nesta semana que foram abertos três inquéritos na PF para apurar o episódio de vandalismo contra as sedes dos Três Poderes. Haverá uma investigação para o Planalto, uma para o Congresso e outra para o STF (Supremo Tribunal Federal).

A avaliação no GSI é de que houve um conjunto de erros em várias instâncias. Aliados de Gonçalves Dias rebatem as críticas e dizem que não é justo responsabilizar apenas a pasta. Interlocutores do general dizem que estavam trabalhando sob uma diferente expectativa de ameaça e que não foi cumprido o acordo original com a Polícia Militar do DF para os protestos de domingo.

O discurso de culpar a PM está em consonância com o que têm dito outros integrantes do primeiro escalão do governo Lula.

De acordo com integrantes do governo federal, a Polícia Militar do Distrito Federal não realizou os bloqueios que deveria, no começo da Esplanada. Isso permitiu que os manifestantes entrassem nos prédios, que não estavam com contingente preparado para esse tipo de ameaça.

No total, foram 1.843 pessoas detidas no acampamento no Quartel-General do Exército na segunda (9). Destes, 1.159 foram encaminhadas para a prisão e outras 684, a maioria mulheres, crianças e idosos, foram liberadas por ordem do ministro Alexandre de Moraes.

Na noite de domingo, o presidente Lula editou um decreto para intervenção na segurança pública do DF. A Força Nacional recebeu um adicional de 611 profissionais de outros estados e tem feito a proteção da região da Praça dos Três Poderes e da Esplanada.

Conhecido por sua discrição, Gonçalves Dias é próximo a Lula, foi responsável pela segurança do petista em seus dois mandatos na Presidência e chefiou a Coordenadoria de Segurança Institucional no início do governo Dilma.

Já na transição, os petistas passaram a discutir mudanças no GSI, que antes ficava sob o comando do general Augusto Heleno, um dos homens de confiança de Bolsonaro.

Logo no primeiro dia de governo, a segurança aproximada presidencial foi retirada do GSI e ficou com a Polícia Federal.


Entre na comunidade de notícias clicando aqui no Portal Acessa.com e saiba de tudo que acontece na Cidade, Região, Brasil e Mundo!