SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - O ministro Vinícius de Carvalho, da CGU (Controladoria-Geral da União), disse à CNN Brasil nesta sexta-feira (17) que há um registro de vacina contra Covid-19 no cartão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A Controladoria, no entanto, investiga se a anotação é verdadeira.

"No final do ano passado, a partir de uma denúncia de que havia uma possível adulteração no cartão de vacina, porque hackers teriam tentado adulterar o cartão, o então ministro da CGU abriu essa investigação, no dia 30 de dezembro. Tomamos posse tendo que analisar os recursos para acessar o cartão de vacina do presidente", falou Carvalho.

"Ele [Bolsonaro] sempre disse que ele não se vacinou. Se há anotações no cartão de vacina dele no DataSUS que ele se vacinou e se houver uma inserção indevida, seja no sentido de colocar informações de que ele se vacinou ou no sentido de retirar informações, a nossa expectativa é que com apuração a gente descubra se isso aconteceu", complementou.

O ministro afirmou que existe o registro de que Bolsonaro teria recebido uma dose da vacina Janssen em 19 de setembro de 2021, mas ressaltou que não pode confirmar a veracidade da anotação.

"Eu me sinto responsável em não passar uma informação para sociedade brasileira que não tenha sido alvo de uma investigação, já que ela existe", disse.

O ex-presidente manteve postura anticiência e diversas vezes falou contra as vacinas para proteger a população da Covid-19. Segundo Bolsonaro, ele nunca se imunizou contra a doença. Apesar disso, o político do PL impôs sigilo em seu cartão de vacinação, o que a CGU tenta reverter.

Nesta quinta-feira (16), em meio a tentativa de quebrar o sigilo do cartão de vacina do ex-chefe do Executivo, o presidente Lula (PT) e Janja, a primeira-dama, divulgaram seus cartões de vacina.

QUEBRA DE SIGILO DE PAZUELLO

Nesta sexta-feira, a CGU decidiu retirar o sigilo de cem anos sobre o processo no Exército que investiga o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, atualmente deputado federal do Rio eleito pelo PL. A pasta determinou que as informações sejam liberadas em até dez dias.

Na quarta-feira, fontes confirmaram ao UOL que a CGU quebraria, nas próximas semanas, o sigilo imposto em 234 casos estabelecidos por Bolsonaro, incluindo tanto a carteira de vacina do ex-presidente e a sindicância sobre Pazuello.

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