SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, criticou a biografia sobre sua vida que foi escrita pelos jornalistas Ciça Guedes e Murilo Fiuza de Melo. Ela diz que a obra é inapropriada e que há trechos com imprecisões nos fatos e exageros nas interpretações.

Intitulado "Janja - A Militante que Se Tornou Primeira-Dama" (Editora Máquina de Livros)", o livro deve ser lançado em maio deste ano. O posicionamento da mulher do presidente Lula (PT) ocorre após passagens da publicação serem veiculadas pela imprensa.

Em nota divulgada pela sua assessoria de imprensa, Janja diz que comunicou aos autores que "não achava apropriado ser motivo de um perfil como primeira-dama sem sequer ter se iniciado o terceiro mandato" do petista. "A publicação precipitada do perfil tende a deixar de lado a devida reflexão sobre sua atuação profissional e política ao lado do presidente", afirma ainda.

A primeira-dama também esclarece que ela não participou do projeto.

E segue: "Notas que fazem referência a um livro sobre Janja, cujo lançamento deve ocorrer em breve, foram publicadas pela imprensa. [...] A julgar pelos trechos já publicizados, é possível inferir que há diversas passagens que podem ser questionadas por imprecisões nos fatos e exageros nas interpretações".

Um dos episódios narrados na obra é de uma briga entre Janja e um dos integrantes da banda A Cor do Som. Ela sempre foi fã do grupo, formado no fim dos anos 1970 por Armandinho, Ary Dias, os irmãos Mu e Dadi Carvalho e Gustavo Schroeter.

Segundo a biografia, Janja escuta os sucessos da banda desde os 12 anos e, quando ainda era solteira, percorria o país atrás de seus shows. A primeira-dama acabou ficando amiga dos músicos.

Uma vez, porém, depois de uma apresentação, numa confraternização em um bar, ficou decepcionada quando o baterista Schroeter se declarou bolsonarista e desandou a falar mal de Lula, dizendo que o ex-presidente deveria continuar preso. Acabou ali a amizade. Depois do "incidente", nunca mais se falaram. Janja cortou relações para sempre.

O período em que Lula esteve preso também aparece no livro. Embora nunca tenha sido divulgado quando Janja passou a visitá-lo em Curitiba, o primeiro tête-à-tête só ocorreu em 18 de abril de 2019, um ano depois de o petista ser encarcerado.

Os encontros com parentes aconteciam às quintas-feiras e duravam em média uma hora. Parte do horário da família foi cedido à namorada. O casal, porém, não tinha direito a visita íntima, lembram os autores em um dos trechos.

Ciça Guedes e Murilo Fiuza de Melo também escreveram "Todas As Mulheres dos Presidentes", que conta a história de 34 primeiras-damas brasileiras.

Leia, a seguir, a íntegra da nota de Janja:

"Nos últimos dias, notas que fazem referência a um livro sobre Janja, cujo lançamento deve ocorrer em breve, foram publicadas pela imprensa.

Sobre tal obra, gostaríamos de esclarecer que esta não contou com o apoio ou participação de Janja, nem de seus amigos mais próximos.

A julgar pelos trechos já publicizados, é possível inferir que há diversas passagens que podem ser questionadas por imprecisões nos fatos e exageros nas interpretações.

Janja gostaria de esclarecer que, quando procurada pelos autores para tratar do que seria um capítulo para uma reedição de livro anterior, fez questão de registrar, por meio de sua assessoria, que não achava apropriado ser motivo de um perfil como primeira-dama sem sequer ter se iniciado o terceiro mandato do presidente Lula.

A publicação precipitada do perfil tende a deixar de lado a devida reflexão sobre sua atuação profissional e política ao lado do presidente."


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