SÃO PAULO, SP (fOLHAPRESS) - As trocas recentes realizadas pelo prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), em sua equipe de comunicação refletem uma mudança na estratégia de construção de sua imagem para a campanha à reeleição em 2024.

Até há pouco tempo o emedebista apostava na ideia de se aproximar das eleições como uma "tela em branco", sem vinculações ideológicas com o bolsonarismo ou a esquerda.

Também pretendia se ancorar em índices favoráveis de aprovação aos serviços de saúde da capital e da campanha de vacinação contra a Covid.

Em 2021 e 2022, por exemplo, o SUS foi eleito como o melhor serviço público de São Paulo, segundo levantamento do Datafolha.

No entanto, diante de críticas de que era pouco conhecido, Nunes decidiu mudar de tática e de time. Como revelou o Painel, Duda Lima, marqueteiro que fez a campanha de TV de Jair Bolsonaro (PL) em 2022, deverá comandar a campanha do prefeito.

Felipe Soutello, que fez a campanha de Simone Tebet (MDB) e era próximo de Nunes e da cúpula do MDB, perdeu espaço.

A troca do secretário de Comunicação, com a saída de Marcus Sinval e a chegada de Marcello D'Angelo, segue a mesma lógica.

Nunes agora tem antagonizado cada vez mais com o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), que atualmente desponta como seu concorrente mais forte para 2024.

Na última semana, o prefeito conseguiu derrubar liminar que o psolista havia conseguido que proibia a remoção de barracas das ruas.

O prefeito também pretende construir a imagem de "obreiro", ou seja, de gestor que entregou ou deixou encaminhadas centenas de obras pela cidade. Nesse sentido, ele tem repetido o mote de que não é do discurso, mas da prática.

Um de seus trunfos na empreitada é o caixa reforçado, que prevê R$ 11,5 bilhões em investimentos em 2023, o maior da história da cidade. Há dois anos, por exemplo, o montante era de R$ 7,2 bilhões.


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