BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - A ministra do Turismo, Daniela Carneiro, pediu ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) a desfiliação da União Brasil.
Ela é um dos três nomes indicados pelo partido para o primeiro escalão do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A entrega das pastas do Turismo, Comunicações, além da Integração e do Desenvolvimento Regional, porém, não foi suficiente para atrair integralmente a legenda, que se declara independente, para a base do petista.
O processo foi apresentado no último dia 6 e está sob relatoria do ministro Ricardo Lewandowski. Também pedem desfiliação da legenda, no mesmo processo, os deputados Chiquinho Brazão, Dani Cunha, Juninho do Pneu, Ricardo David e Marcos Soares, todos do Rio de Janeiro.
Na ação, os parlamentares afirmam que o presidente da sigla, Luciano Bivar, chegou a bloquear senhas de acesso ao sistema usado para realização de convenções municipais. "Tal conduta não passa de sorrateira manobra política, para centralizar o poder partidário em si e seus asseclas."
Afirmam ainda que Bivar usa "expedientes autoritários" similares em outros estados para manter o controle político da legenda.
Os parlamentares ainda declararam ao tribunal que Bivar e seu vice, Antonio Rueda, vem nomeando aliados para cargos dentro do partido e do governo.
"A grave discriminação política-pessoal decorre da tentativa de afastar os deputados do convívio partidário, mediante promessa de expulsão em decorrência de seu posicionamento, especialmente considerando os insultos e ameaças perpetradas pelo Vice-Presidente contra os requerentes, por apenas defenderem uma condução pautada na democracia intrapartidária."
No mesmo processo, eles afirmam que o partido assumiu, mas ainda não quitou dívidas de campanha de seus candidatos.
Procurado, Bivar disse à Folha que tomou conhecimento do pedido feito ao TSE.
"Eles entraram no TSE com esse pedido. O partido vai se manifestar dentro dos autos. Isso aconteceu no governo Bolsonaro e o partido respondeu de acordo com o regime de fidelidade partidária", disse o presidente da União.
A ministra e os deputados pedem para o TSE declarar que há justa causa para a desfiliação partidária, sem que eles recebam punições como a perda dos mandatos na Câmara.
Eles pedem ainda que o tempo de TV e o fundo partidário sejam transferidos aos novos partidos dos parlamentares.
O pedido de desfiliação foi revelado pelo jornal O Globo e confirmado pela Folha de S.Paulo.
"Permitir a manutenção desses recursos com o partido transgressor, significa, além de premiar essa atuação antidemocrática, capacitar esses dirigentes com ainda mais poder para seguirem com a nefasta prática de gestão, em manifesta oposição ao princípio da razoabilidade, além de afrontosa ao sistema representativo", diz a ação.
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