BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é aguardado na manhã desta quarta-feira (26) na sede da Polícia Federal, em Brasília, para prestar depoimento no âmbito da investigação que apura os ataques golpistas de 8 de janeiro.

Bolsonaro vai depor em um dos inquéritos abertos pela PF, que mira os autores intelectuais da investida golpista que desaguou na invasão e depredação de Palácio do Planalto, Congresso e STF (Supremo Tribunal Federal).

Ao longo de seu mandato (2019-2022), Bolsonaro acumulou declarações de cunho golpista e, ao perder as eleições do ano passado, incentivou seus apoiadores a permanecer em acampamentos que pediam às Forças Armadas uma intervenção federal que impedisse a posse do presidente Lula.

O ex-presidente retornou ao Brasil no dia 30 de março, após uma temporada de quase três meses nos Estados Unidos. Bolsonaro havia saído do país um dia antes do fim de seu mandato, interrompendo assim a tradição história de passar a faixa presidencial para o seu sucessor.

Esse será o seu segundo depoimento à Polícia Federal após o seu retorno. O ex-mandatário já precisou dar explicações sobre o caso das joias recebidas de autoridades da Arábia Saudita.

Agora precisará comentar sua possível participação nos atos do dia 8 de janeiro. Naquela data, seus apoiadores invadiram e vandalizaram o Planalto, o Congresso e o Supremo. A PF abriu quatro frentes de investigação após os ataques dos bolsonaristas acampados no QG do Exército.

Uma delas mira os possíveis autores intelectuais, e é essa frente que pode alcançar Bolsonaro. Outra tem como objetivo mapear os financiadores e responsáveis pela logística do acampamento e transporte de bolsonaristas para Brasília.

O terceiro foco da investigação PF são os vândalos. Os investigadores querem identificar e individualizar a conduta de cada um dos envolvidos na depredação dos prédios históricos da capital federal.

A quarta linha de apuração avança sobre autoridades omissas durante o 8 de janeiro e que facilitaram a atuação dos golpistas.

Essas investigações deram origem a dez fases ostensivas da Lesa Pátria até o momento, deflagradas pela PF para avançar nas apurações.

Às vésperas de seu depoimento, o ex-presidente passou a tarde reunido com advogados e assessores para treinar a resposta que dará aos investigadores, como divulgou a colunista Mônica Bergamo.

Bolsonaro foi intimado a depor por ter compartilhado nas redes sociais, dois dias depois da invasão do Palácio do Planalto um vídeo de ataques à segurança das urnas eletrônicas. A postagem foi feita dois dias depois do 8/1, e apagada pouco depois de ser tornada pública.


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