SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, defendeu que o ministro interino do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), Ricardo Cappelli, assuma o cargo definitivamente.

A fala foi dita durante o seminário Internacional de Segurança de Chefes de Estado e de Governos. "Quero saudar o ministro interino do GSI, Ricardo Cappelli, e, se depender de mim, ministro definitivo", afirmou o diretor da PF.

Ainda estavam presentes no evento o secretário extraordinário de Segurança Imediata da Presidência da República, Alexander Castro de Oliveira, e o responsável pela segurança de dignatários da Argentina, Juan Carlos Hernandez.

Cappelli, secretário-executivo do Ministério da Justiça e ex-interventor na segurança do Distrito Federal, foi escolhido para assumir interinamente após o general Gonçalves Dias pedir demissão do cargo.

O militar, amigo de longa data de Lula, saiu do GSI depois da divulgação de imagens que colocam em xeque a atuação do órgão durante o ataque golpista de 8 de janeiro. Desde então, alas do governo do presidente Lula (PT) divergem sobre manter um militar ou colocar um civil à frente da pasta.

Os auxiliares que defendem manter o ministério sob o comando dos militares acreditam ser essa a alternativa que trará menos traumas e ruídos políticos. Eles temem uma nova crise caso um civil assuma o posto definitivamente.

O governo Lula buscou apaziguar os ânimos com os militares, mas os primeiros quatro meses do mandato foram marcados pela demissão do então comandante do Exército, general Júlio Cesar de Arruda.

Já os integrantes do governo que defendem um civil à frente do GSI sustentam uma reestruturação completa do ministério. A avaliação é a de que é preciso montar uma secretaria especial com configuração robusta, mas sob o comando de alguém de fora do meio militar.

Imagens das câmeras de segurança do Palácio do Planalto, divulgadas pela CNN Brasil, mostram a atuação do ex-ministro Gonçalves Dias dentro do prédio, além de agentes interagindo com os invasores.

Um dos agentes do GSI chega a oferecer água para os apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que vandalizavam a sede do poder Executivo.

A crise provocada pela divulgação das imagens levou à queda do ministro Gonçalves Dias, aliado de longa data do presidente Lula, de quem foi o responsável pela segurança nos primeiros mandatos do petista.

O GSI é um órgão ligado à Presidência da República e que tem entre suas atribuições a responsabilidade de zelar pela segurança do presidente, do vice e de seus familiares, além de auxiliar o chefe do Executivo em assuntos militares e de segurança.


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