BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que não vai interferir na tramitação do PL das Fake News, que estava inicialmente previsto para ir a plenário na Câmara dos Deputados na tarde desta terça-feira (2).

Lula disse que vai "deixar a Câmara decidir" a hora certa para votar.

"Não sei [se PL será votado]. Eu procuro não me meter muito na questão da Câmara, porque conversar com um já é difícil, imagina conversar com 513 [deputados]. Deixa a Câmara decidir a hora que vai votar. E vamos aguardar o resultado", afirmou o presidente.

A fala aconteceu pouco antes de almoço oferecido ao primeiro-ministro de Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva, no Palácio do Itamaraty.

Lula esteve reunido pela manhã com Lira no Palácio da Alvorada, em meio ao risco de derrubada do texto. O encontro não estava previsto na agenda de nenhum deles, mas aliados do petista insistem que já estava marcado desde o fim da semana passada.

Os dois ficaram reunidos a sós por cerca de 45 minutos. Questionado como havia sido a reunião, Lula respondeu que "todas as minhas conversas são boas".

A votação do PL das Fake News pode ser adiada diante das chances de o texto ser rejeitado pelo plenário.

Após se encontrar com Lula, Lira deve se encontrar com líderes dos partidos para tomar uma decisão. O relator do texto, Orlando Silva (PC do B-SP), também deve se reunir com seus pares.

O adiamento é cenário considerado provável tanto pela oposição como pelos governistas ?o Palácio do Planalto endossa o projeto de lei.

A urgência da proposta foi aprovada na última terça-feira (25) por 238 votos a favor e 192 contrários e acordo feito na ocasião entre líderes partidários prevista a votação nesta terça.

Ao longo da semana, no entanto, o projeto começou a enfrentar resistência crescente da oposição e da bancada evangélica, aumentando o risco de o texto ser rejeitado.

Lula também afirmou brevemente que ainda não decidiu se vai participar da reunião do G7, que será realizada em Hiroshima. O mandatário ainda completou que precisa ir à Bahia e ao Ceará para inaugurar algumas escolas de tempo integral.


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