SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) vai abrir investigação sobre as ações do Google e da Meta, dona do Facebook e do Instagram, contra o PL das Fake News.

A autarquia vai apurar se os atos das duas companhias contra o projeto de lei 2630 podem ser configurados como abuso de posição dominante no uso do algoritmo para tomar medidas visando benefício próprio.

Nesta segunda (1º), o Google instalou um link abaixo de sua caixa de busca, com a frase "O PL das fake news pode piorar sua internet", direcionando o internauta para uma série de críticas ao projeto. O link já foi retirado.

Na reação do governo, nesta terça (2), o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, anunciou que emitiu medida cautelar obrigando o Google a informar que o link em sua página inicial foi uma publicidade e exigindo contrapropaganda para mostrar benefícios do projeto de lei.

O líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), disse que iria pedir um inquérito a respeito no Cade. O Ministério Público Federal em São Paulo também expediu ofício cobrando explicações do Google sobre o caso.

Como mostrou reportagem da Folha, levantamento do NetLab, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, indica que o Google tem privilegiado nos resultados de buscas sobre o projeto de lei conteúdo contrário a sua aprovação. Também tem publicado alertas no YouTube sobre "impacto negativo" para os criadores e enviado mensagens a youtubers a respeito.

A empresa nega que tenha ampliado o alcance de páginas com conteúdos contrários ao PL 2630 em detrimento de outras com conteúdos favoráveis e diz que não altera manualmente as listas de resultados para determinar posições específicas.

"Nas últimas semanas, temos nos manifestado em relação ao PL 2630 de forma pública e transparente por meio de nosso blog oficial. Além disso, temos investido em campanhas de marketing para dar visibilidade às nossas preocupações, por anúncios em veículos de comunicação tradicionais, como jornais, e em mídia digital, incluindo nossas plataformas de publicidade e redes sociais", diz o Google em nota.

A Meta não se manifestou.


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