BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - A defesa de Anderson Torres descartou na manhã desta sexta (12) a possibilidade de um acordo de colaboração premiada, mas disse que o ex-ministro irá colaborar com as investigações relatadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.

"Não, não existe essa possibilidade de delação. O que o Anderson vai fazer é cooperar para que se esclareça o mais breve possível os fatos que levaram aqueles odiosos atos de 8 de janeiro", disse o advogado Eumar Novacki em coletiva para jornalista em seu escritório.

O defensor também foi questionado sobre as senhas do celular que Torres havia prometido e não entregou às autoridades, o que foi utilizado por Moraes para mantê-lo detido até a quinta (11).

Segundo Novacki, a PF encaminhou um laudo que apontaria que não houve problema como as senhas e que, caso MorAes designe um perito, Torres irá abri o conteúdo dos aparelhos para a Justiça.

"Ele apresentou as senhas, saiu na imprensa que elas estavam erradas, a história não é bem essa. Com o laudo da PF nos tbm respondemos o porque que houve falha técnica e o colocamos à disposição, caso o ministro determine o perito, vamos agir de boa vontade para abrir todas informações", disse.

Torres deixou a prisão na noite desta quinta-feira (11), ele estava preso desde janeiro por suposta omissão nos ataques golpistas de 8 de janeiro.

Na decisão que soltou Torres, Moraes determinou medidas cautelares como o uso de tornozeleira eletrônica e a proibição de se ausentar do Distrito Federal ou sair à noite e nos finais de semana.

Torres, que é delegado da Polícia Federal, também foi afastado do cargo. Ele terá que entregar o seu passaporte e se apresentar toda semana à Vara de Execuções Penais do Distrito Federal, além de ter tido o porte de arma de fogo suspenso.

"No presente momento da investigação criminal, as razões para a manutenção da medida cautelar extrema em relação a Anderson Gustavo Torres cessaram, pois a necessária compatibilização entre a Justiça Penal e o direito de liberdade demonstra que a eficácia da prisão preventiva já alcançou sua finalidade, com a efetiva realização de novas diligências policiais, que encontravam-se pendentes", afirmou Moraes.

Na operação da qual Torres foi alvo, em janeiro, a PF encontrou na residência dele uma minuta de decreto para Bolsonaro instaurar estado de defesa na sede do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) no final do ano passado. O objetivo seria reverter o resultado da eleição em que Lula (PT) saiu vencedor. Tal medida seria inconstitucional.


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