SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O governo federal enviou dois observadores externos para acompanhar o julgamento de policiais envolvidos na chacina do Curió, em Fortaleza (CE), que começou na terça-feira (20).

Com 34 denunciados, é um dos maiores envolvendo militares desde o da chacina de Eldorado dos Carajás, em 1996, segundo a Defensoria Pública estadual.

Em 2015, policiais militares promoveram uma noite de matança em bairros da Grande Messejana, no sul da capital cearense.

Foram assassinadas 11 pessoas, além de três que sofreram tentativa de homicídio e quatro vítimas de tortura.

O Ministério Público do Ceará denunciou 45 integrantes da força de segurança. Posteriormente, dez tiveram as acusações retiradas por falta de indícios suficientes, e um morreu.

Como os processos foram desmembrados, serão três julgamentos, que, ao final, analisarão as condutas de 20 envolvidos na chacina. Os outros dois júris estão previstos para 29 de agosto e 12 de setembro.

O número pode aumentar tendo em vista que outros também são réus, mas não serão julgados neste momento porque aguardam recursos em tribunais superiores.

Os observadores enviados pelo governo federal são a coordenadora do Comitê de Prevenção e Combate à Tortura, Fernanda Oliveira, e o ouvidor de Direitos Humanos, Bruno Renato Teixeira, ambos ligados ao Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania.

De acordo com profissionais que acompanham o caso, a presença dos observadores visa a legitimar a luta por direitos humanos, protagonizada pelas mães das vítimas, e também avaliar a necessidade de ampliação dos controles externos da atividade policial com o objetivo de reduzir a violência institucional.

A previsão é de que o júri siga, pelo menos, até sábado (24).


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