BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, saiu em defesa do ministro Luís Roberto Barroso, do STF (Supremo Tribunal Federal), sobre a fala "nós derrotamos o bolsonarismo", durante a abertura do 59° Congresso da UNE (União Nacional dos Estudantes).
Após afirmar que "nós derrotamos o bolsonarismo", Barroso provocou reações de deputados aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que falaram em pedir o impeachment do magistrado.
"A interpretação em relação ao pronunciamento do ministro Barroso, e eu estava lá, foi um pouco rigorosa demais, não houve uma partidarização. Ele mencionou o nome de uma corrente política como em outros momentos, inclusive, em julgamentos já houve essa menção. Ele próprio fez uma espécie de embargo de declaração político, ele esclareceu o conteúdo da sua manifestação que foi no sentido de reprovar os extremistas violentos, enfim", disse o ministro da Justiça, em entrevista ao Canal UOL, nesta segunda-feira (17).
"Houve também uma crítica que o ministro do Supremo não deveria ir ao evento da UNE, mas não vai no evento da Fiesp? Não vai no evento da Confederação Nacional da Agricultura? Não vai no evento da Febraban? Não vai ao evento da Federação Brasileira dos Bancos? Vai. Então eu não vejo problema de ir em tal ou qual evento", acrescentou o ministro.
Barroso se defendeu sobre a declaração e afirmou que usou a expressão quando, na verdade, se referia "ao extremismo golpista e violento que se manifestou no 8 de janeiro e que corresponde a uma minoria".
A declaração ocorreu após o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), classificar de infeliz, inadequada e inoportuna a fala e criticar a presença do ministro em um evento de natureza política.
Dino também falou sobre o episódio envolvendo o ministro Alexandre de Moraes, do STF, e familiares, que foram hostilizados na sexta-feira (14) por um grupo de brasileiros no Aeroporto Internacional de Roma. Ele disse que as imagens solicitadas às autoridades italianas devem chegar ainda nesta semana.
A Polícia Federal foi acionada e instaurou inquérito para apurar as circunstâncias da abordagem, ocorrida pouco depois das 18h no horário local. O órgão também investiga uma possível agressão a um filho do ministro.
Para o ministro da Justiça, deveria haver uma punição mais dura quando há ataques a membros dos Poderes. "Talvez seja importante uma revisão da lei, podemos chegar até um crime contra o estado democrático de direito [no caso do ministro Alexandre de Moraes]. Há países que adotam uma ameaça mais dura contra membros dos Poderes", disse.
Os responsáveis se dirigiram ao integrante do Supremo e presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) expressões como "bandido", "comunista" e "comprado", segundo informações colhidas pelos investigadores.
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