BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou que a deputada Carla Zambelli (PL-SP) é vítima de uma tentativa "tresloucada" e "desenfreada" de atingir o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

A parlamentar foi alvo uma operação da Polícia Federal na manhã desta quarta-feira (2). Os policiais cumpriram mandados de busca e apreensão em endereços ligados a ela e prenderam Walter Delgatti, conhecido como o hacker da "Vaza Jato".

"É uma tentativa desenfreada e tresloucada de atingir Bolsonaro, achar algo de concreto que envolva Bolsonaro, o que não vai acontecer, porque não existe. Ela está sendo mais uma vítima disso no meu ponto de vista", disse à reportagem o filho mais velho do ex-presidente.

Zambelli e Delgatti são suspeitos de atuarem em uma trama que mirava o ministro Alexandre de Moraes, do STF, e que resultou na invasão dos sistemas do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) e na inserção dos alvarás de soltura falsos.

A deputada também intermediou um encontro de Delgatti com Bolsonaro. Segundo o hacker relatou aos investigadores, o então presidente perguntou se ele conseguiria invadir o sistema das urnas eletrônicas.

A deputada confirmou a versão do hacker, mas disse que Bolsonaro perguntou se ele conseguiria fraudar urnas para saber se o sistema do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) era confiável.

"Por mais que tenha tido conversas dela sobre qualquer assunto com esse tal hacker, absolutamente nada foi comprovado e, mais uma vez, ainda que fosse comprovado que existiu uma conversa nesses termos, não tem crime nenhum nisso", afirmou Flávio.

A parlamentar também articulou um encontro do hacker com o presidente do PL, Valdemar Costa Neto. Na ocasião, segundo relatou a parlamentar, Delgatti ofereceu serviços de auditoria das urnas, mas a conversa não avançou.

"O que ele [Delgatti] falou, a versão dele teria de ser comprovada. E ainda que se comprove de alguma forma, não houve crime nenhum. Não houve tentativa de fazerem nada ou nada foi feito em relação a essa suposta conversa que ele teria tido com a Zambelli", complementou Flávio.

Aliados de Bolsonaro atribuem à deputada parte da culpa pela derrota na eleição presidencial, pelo episódio em que ela perseguiu carregando uma arma um homem negro. Por isso, algumas pessoas próximas ao ex-presidente dizem que ele deve manter distância da parlamentar para evitar ser envolvido na operação, algo que Flávio rechaça.

O senador avaliou que ela "sempre foi uma aliada", negou que haja afastamento e disse que o partido precisa defendê-la.

"Ela é uma liderança, sabe fazer política, ela entende o cenário que nós estamos vivendo atualmente no Brasil. Temos que dar o suporte para ela, ainda mais quando eu entendo que ela não fez absolutamente nada de errado", ressaltou Flávio.

Segundo o filho do ex-presidente, "todas as pessoas que estão no entorno do Bolsonaro, mais cedo ou mais tarde, vão se tornar alvo porque o objetivo é atingi-lo".

Para o senador, a relação entre Zameblli e o pai nunca esteve estremecida. "O presidente tem boa relação com ela, está presente em todos os eventos, e toda força para Zambelli."


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