SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O depoimento da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) à Polícia Federal que seria dado nesta segunda-feira (7) foi adiado.
Segundo o advogado da deputada, Daniel Bialski, o adiamento se deu porque sua defesa não teve acesso aos autos da investigação que apura a participação da deputada em suposta trama que mirava o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).
A afirmação do advogado foi dada na porta da Superintendência da Polícia Federal de São Paulo a um grupo de jornalistas. No mesmo local, a deputada afirmou que compareceu à PF para demonstrar sua disposição de falar sobre o tema.
Zambelli também afirmou que não sente que tem sido isolada pela partido, o PL, e que prestará esclarecimentos à Justiça e à imprensa assim que tiver acesso aos autos do processo.
Uma eventual cassação da deputada tem mais chances de ocorrer pelo caminho da Justiça do que por um processo contra ela no Conselho de Ética da Câmara, avaliam parlamentares ouvidos pelo jornal Folha de S.Paulo.
Deputados veem que, apesar de ela estar enfraquecida, ao menos por enquanto não há clima para que sua cassação aconteça em plenário.
A deputada foi alvo na semana passada de operação da PF, que cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços residenciais e em seu gabinete na Câmara. Os agentes prenderam Walter Delgatti, conhecido como o hacker da "Vaza Jato".
A deputada e Delgatti são suspeitos de atuarem em uma trama que mirava Moraes, do STF, e que resultou na invasão dos sistemas do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) e na inserção de documentos e alvarás de soltura falsos no Banco Nacional de Mandados de Prisão.
Segundo Bialski, não há ainda uma data definida para o novo depoimento, que pode ocorrer no final desta semana ou no início da semana que vem.
Na própria quarta, Zambelli afirmou à imprensa que existe uma tentativa de envolver Jair Bolsonaro (PL) no contexto das investigações contra ela. A deputada disse que não há ligação entre o caso e o ex-presidente.
"Estão tentando envolver o presidente [Bolsonaro] através de mim, pelo fato de eu ser próxima [dele]", afirmou ela sobre a operação em entrevista na Câmara.
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