BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Após uma acirrada disputa entre candidatos, o STJ (Superior Tribunal de Justiça) elegeu duas listas, uma de quatro nomes e outra de três, para que o presidente Lula (PT) indique três ministros para a corte.

Lula terá que escolher dois desembargadores de Tribunais de Justiça e um advogado para virar ministro.

Para chegar aos sete nomes que serão enviados ao presidente, os atuais ministros do STJ passaram os últimos meses recebendo candidatos, escutando apelos de padrinhos da política e da Justiça e articulando apoios.

Entre esses padrinhos, estão ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), além de pessoas influentes no Executivo e Legislativo.

No fim, saiu vitorioso o ministro Dias Toffoli, que conseguiu emplacar bem dois candidatos. Os candidatos do ministro Alexandre de Moraes, do líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), e do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), foram derrotados.

Votaram para escolher candidatos os 30 ministros (o tribunal tem 33 assentos, mas três vagas estão abertas), em um sistema de escrutínio de várias rodadas.

Lula terá que indicar um nome da lista da OAB e dois da relação dos desembargadores. O indicado ainda terá que ser sabatinado e aprovado pelo Senado. Saiba quem são.

OAB

Mais bem votado entre os integrantes da OAB, Luiz Cláudio Allemand é do Espírito Santo e também tem um histórico de atuação da Ordem. Era considerado o "candidato da terceira via", mas acabou em primeiro lugar. Allemand é especializado em direito empresarial e vem de um estado governador por Renato Casagrande (PSB), partido da base do governo federal.

Daniela Teixeira construiu carreira no Distrito Federal, foi vice-presidente da OAB-DF e conselheira federal da Ordem. É a única mulher entre os sete selecionados pelo STJ. Tem o apoio de setores do PT e do grupo Prerrogativas, de advogados próximos ao governo.

Otávio Rodrigues é professor associado da Faculdade de Direito da USP. Ele foi conselheiro do CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público), indicado pela Câmara dos Deputados, entre 2019 e 2023. É próximo ao ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Dias Toffoli.

Tribunais de Justiça

Carlos Von Adamek é oriundo do Tribunal de Justiça de São Paulo, e foi o único desembargador selecionado na primeira rodada de votos. Ele foi assessor do ministro Dias Toffoli no STF e de Gilmar Mendes no CNJ (Conselho Nacional de Justiça) com bom trânsito nas cortes superiores. Toffoli é o seu principal padrinho na campanha ao STJ.

Elton Leme é desembargador no Rio de Janeiro, especializado em direito ambiental ?ele é também pesquisador de bromélias. Apadrinhado pelo ministro Luis Felipe Salomão, o corregedor nacional de Justiça, ele foi presidente do TRE-RJ (Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro). Sua esposa é diretora do Ipeja (Instituto de Pesquisa e Estudos Jurídicos Avançados), que costuma fazer eventos anualmente com ministros na Europa.

Afrânio Vilela é integrante do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, e tem o ministro do STJ João Otávio de Noronha como um dos apoiadores. Foi o único candidato de Minas, e teve apoio em peso dos demais desembargadores do tribunal.

Teodoro Silva Santos é desembargador do Tribunal de Justiça do Ceará, estado que foi governador pelo ministro da Educação, Camilo Santana (PT), e é governado por Elmano de Freitas (PT). É desembargador desde 2011 ?antes, foi promotor de Justiça.


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