BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O presidente Lula (PT) negou nesta segunda-feira (25) novas trocas no governo, ao ser questionado sobre mudança no comando da Caixa Econômica Federal.
A declaração vai na contramão do que disse o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), em entrevista à Folha de S.Paulo, de que o banco está nas negociações do partido com o governo.
"Na hora em que eu tiver que mexer em alguma coisa, eu vou mexer. Vocês saberão, porque não haverá nada feito à meia-noite, será sempre de dia com comunicado expresso à imprensa. Só eu tenho o direito de colocar, só eu tenho o direito de tirar", disse Lula.
"O único cargo que eu não posso mexer é no meu e no do Alckmin, que foi o povo brasileiro que deu. Mas o restante eu posso mexer em qualquer um e posso dizer que, por enquanto, não estou disposto a mexer com nada. Eu estou disposto a fechar o ano bem, estou disposto a aprovar as coisas que tem para aprovar no Congresso Nacional e estou disposto a passar o final de ano junto com a minha família, bem feliz. Um beijo no coração", completou.
A declaração foi dada no Itamaraty, durante declaração conjunta com o primeiro-ministro do Vietnã, Pham Minh Chinh. Os líderes tiveram reunião bilateral com assinatura de atos. Em seguida, tiveram um almoço no Ministério de Relações Exteriores.
O presidente vai realizar uma cirurgia no fêmur na próxima sexta (29). Por recomendação médica, o mandatário não viaja nesta semana para São Paulo e Minas Gerais, como era esperado, e utilizará uma máscara para evitar contrair infecções na véspera do procedimento.
O governo vem, desde o início do ano, negociando com o centrão para aumentar sua base de apoio no Congresso. Depois de realizar duas trocas no primeiro escalão para acomodar o Republicanos e o PP, as duas novas moedas de troca são a Funasa e a Caixa.
Além de admitir que o banco estava nas negociações, Lira ainda reconheceu que as indicações políticas para as 12 vice-presidências do banco passarão por ele.
"Há uma aproximação de partidos de centro que não faziam parte da base do governo para essa adesão. É claro que, quando um partido indica um ministro que era líder de um partido na Câmara [caso de André Fufuca, do PP, que virou ministro do Esporte], a tendência natural é que esse partido passe a ser base de apoio ao governo na Câmara dos Deputados, como Republicanos, como outros partidos", disse.
Na mesma entrevista, o presidente da Câmara disse que a entrada de Silvio Costa Filho em Portos e Aeroportos e André Fufuca em Esportes significa que os partidos fazem, sim, parte da base do governo no Congresso. Dirigentes das siglas vinham sinalizando independência publicamente, numa forma de continuar acenando ao bolsonarismo.
Nesta segunda-feira, Lula disse esperar que os ministros convençam seus deputados a votarem no que interessa ao povo brasileiro.
"Eu sempre disse para vocês que não tinha conversa com o centrão. Que a minha conversa era com partidos políticos. E eu conversei com os partidos políticos que eu achei que deveria conversar. Compus o governo, não tenho nenhum projeto de interesse pessoal. Não tem na Câmara nem no Senado nenhum 'Projeto Lula'. Todos os projetos que mandamos para lá são 'Projeto Brasil'", afirmou.
"É de interesse do povo brasileiro. O que eu espero é que os ministros que fazem base do meu governo convençam suas bancadas a votar naquilo que interessa ao povo brasileiro. E tudo o que está na Câmara para ser votado é de interesse do povo brasileiro", completou.
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