BRASÍLIA, DF, E SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Os ministros Luís Roberto Barroso e Gilmar Mendes, que trocaram gentilezas em cerimônia no STF (Supremo Tribunal Federal) nesta quinta-feira (28), têm um histórico de bate-boca em sessões da corte.
O antagonismo entre os dois, anos atrás, ocorreu especialmente no contexto da Operação Lava Jato, que tem Gilmar como um de seus maiores críticos e Barroso como defensor.
Mais recentemente, já durante a pandemia da Covid-19, houve uma aproximação, em meio aos embates da corte com o governo Jair Bolsonaro. O ex-presidente chegou a anunciar que pediria formalmente um pedido de impeachment de Barroso.
Desde 2021, Gilmar é o decano da corte, agora presidida por Barroso.
Em março de 2018, ocorreu o principal embate entre eles, em uma sessão que discutia doações de campanha. Naquele mês o STF estava às vésperas de decidir a respeito de pedido de habeas corpus do hoje presidente Lula no âmbito da Lava Jato.
Gilmar criticava, sem citar nomes, tentativa de "dar uma de esperto" na discussão de temas no tribunal.
"Me deixa de fora desse seu mau sentimento. Você é uma pessoa horrível. Isso não tem nada a ver com o que está sendo julgado. É um absurdo Vossa Excelência aqui fazer um comício cheio de ofensas, grosserias. Já ofendeu a presidente, já ofendeu o ministro Fux, agora chegou a mim", interrompeu Barroso.
E continuou: "O senhor é a mistura do mal com o atraso e pitadas de psicopatia".
"A vida para Vossa Excelência é ofender as pessoas. Qual a sua ideia? Qual sua proposta? Vossa Excelência é uma vergonha, é uma desonra para o tribunal. Vossa Excelência, sozinho, desmoraliza o tribunal. Está sempre atrás de algum interesse que não o da Justiça", continuou.
Gilmar retrucou: "Vou recomendar ao ministro Barroso que feche seu escritório de advocacia".
Em outubro de 2017, Barroso acusou Gilmar de ter "parceria com a leniência em relação à criminalidade do colarinho branco". Na ocasião, Gilmar disse que Barroso foi o responsável por soltar o petista José Dirceu. E também ouviu: "Não sou advogado de bandidos internacionais", em referência ao italiano condenado Cesare Battisti, para quem Barroso advogou antes de virar ministro.
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