BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se esquivou de questionamentos e não respondeu se tratou com militares sobre possibilidade de um golpe contra o resultado das eleições de 2022.

Bolsonaro disse que responde apenas pelo que assinou enquanto era presidente. Afirmou ainda que sempre houve a possibilidade de uma operação de GLO (Garantia da Lei e da Ordem) no período eleitoral, "em caso de distúrbio".

"Sou responsável por tudo aquilo que assinei", disse o presidente à imprensa nesta quarta-feira (18).

"Você viu movimentação de um soldado", afirmou ainda ao ser questionado se havia discutido com militares alguma ação contra a vitória de Lula (PT) na disputa a presidente.

O ex-presidente foi questionado por jornalistas após prestar depoimento à Polícia Federal, em Brasília, em inquérito que mira grupo de WhatsApp no qual empresários defenderam um golpe contra a eleição de Lula. Bolsonaro entregou manifestação por escrito à PF e negou intenções golpistas.

Como mostrou a Folha de S.Paulo, Bolsonaro passou a discutir um golpe de estado com os comandantes das Forças Armadas, em novembro de 2022, após ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), rejeitar um pedido do PL de invalidar votos de urnas e aplicar multa de R$ 22,9 milhões ao partido por litigância de má-fé.

A discussão de Bolsonaro sobre uma ação militar contra o resultado eleitoral é alvo de investigação da Polícia Federal.

As tratativas do ex-presidente com militares foi relatada pelo ex-ajudante de ordens Mauro Cid em sua delação. O tenente-coronel indicou que foi nesse dia que Bolsonaro consultou se os chefes militares apoiariam uma intervenção no TSE, com possível prisão de ministros e convocação de novas eleições.

Bolsonaro foi questionado por jornalistas mais de uma vez, nesta quarta, sobre as conversas com militares contra a vitória de Lula. Ele não chegou a negar que articulou um golpe. Disse duas vezes que responde apenas pelo que assinou.

Ex-secretário especial de Comunicação Social Fabio Wajngarten, que também é advogado de Bolsonaro, interrompeu uma das respostas de Bolsonaro e disse que o tema da eleição é uma "página virada".


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