BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) fez um aceno nesta terça-feira (24) para a candidatura do deputado Ricardo Salles (PL-SP) a prefeito de São Paulo.

"Tenho esperança que ele terá sucesso lá em São Paulo. Falo com o coração isso daí. Mas está sendo negociado", disse Bolsonaro ao discursar em evento com ruralistas.

O PL sinaliza apoio à candidatura em 2024 do atual prefeito da capital paulista, Ricardo Nunes (MDB). Bolsonaro e seus aliados, porém, cobram que Nunes faça mais gestos para grupos da direita.

Bolsonaro disse aos parlamentares que só irá se manifestar "pelo partido" quando for autorizado pelo presidente do PL, Valdemar Costa Neto.

Salles declarou que voltou à disputa para prefeito no começo de outubro, quatro meses após anunciar que havia desistido de ser candidato.

Bolsonaro participou nesta terça do lançamento da Frente Parlamentar Invasão Zero.

A criação desse grupo é nova tentativa de deputados e senadores ligados ao agronegócio de confrontar o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra). Isso porque a CPI promovida por bolsonaristas contra a entidade terminou sem relatório aprovado.

A nova frente parlamentar será chefiada pelo deputado Coronel Zucco (Republicanos-RS), que também presidiu a CPI.

No discurso aos ruralistas, Bolsonaro agradeceu ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), por questionar a atuação do STF (Supremo Tribunal Federal).

"Questão do desequilíbrio entre Poderes, tive noticia que, se aceita, a proposta vai à frente no Senado. Parabéns ao presidente do Senado, que siga com esse objetivo", disse Bolsonaro. "Temos de buscar igualdade [entre os Poderes], cada um tem de entender o seu lugar", afirmou ainda o ex-presidente.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), cancelou a ida ao evento em Brasília.

O deputado Pedro Lupion (PP-PR), presidente da FPA (Frente Parlamentar da Agropecuária), disse que a bancada ruralista vai atuar para derrubar vetos feitos pelo presidente Lula (PT) ao marco temporal.

"Estamos mobilizados. Os vetos são excessivos, desvirtuaram a lei aprovada pelo Congresso Nacional", afirmou Lupion.


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