BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O presidente Lula (PT) teve encontro nesta quarta-feira (8) com o subprocurador Luiz Augusto dos Santos, cotado para chefiar a PGR (Procuradoria-Geral da República).

Santos tem o apoio do ex-presidente José Sarney (MDB). Segundo aliados de Lula, a conversa foi boa.

Esta foi a segunda reunião que o presidente teve com um nome sugerido para a PGR depois da operação que ele fez no quadril no final de setembro. Naquele mês, o petista chegou a ter encontros com os dois favoritos até então: Antônio Bigonha e Paulo Gonet.

O primeiro tem amplo apoio dentro do PT. Já o segundo é defendido pelos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes, além do ministro Flávio Dino (Justiça).

O presidente, porém, pediu a aliados que indicassem novos nomes porque não havia se dado por satisfeito com as conversas.

Após ter congelado as buscas pelo novo PGR, Lula se reuniu com o subprocurador-geral Aurélio Rios na última sexta-feira (3) no Palácio do Planalto. Ele tem o apoio de integrantes de movimentos de esquerda.

Rios chefiou de 2012 a 2016 a Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão, braço do Ministério Público que atua principalmente na promoção dos direitos humanos e em temas como acesso à saúde e educação. Está no Ministério Público Federal desde 1987.

Ele também foi um crítico da Operação Lava Jato. Ele é ligado a Deborah Duprat, que também foi procuradora federal dos Direitos dos Cidadãos.

Lula tem dito a aliados querer decidir logo tanto quem será o substituto de Augusto Aras na PGR como quem será o próximo ministro do STF na vaga deixada pela ministra Rosa Weber, que se aposentou em setembro. A expectativa entre pessoas próximas é que o petista tome as decisões na semana que vem.

Desde a saída de Aras, a procuradora Elizeta Ramos ocupa o comando da PGR de forma interina.

Já o subprocurador Luiz Augusto Santos foi designado em agosto deste ano vice-procurador-geral da República pelo então chefe da PGR, Augusto Aras. Ele ocupou um mandato-tampão e deixou o posto junto com Aras, em setembro.

Atuou como representante da PGR no Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e coordenado a 3.ª Câmara de Coordenação e Revisão, que trata de temas ligados à defesa do consumidor.

Como mostrou a Folha de S.Paulo, a indicação do presidente para a chefia da PGR tem demora inédita desde a redemocratização.


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