SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O pré-candidato a prefeito de São Paulo Guilherme Boulos (PSOL) disse nesta terça-feira (9), em meio à expectativa para que Marta Suplicy retorne ao PT para ser sua vice, que seria coerente a ex-prefeita estar com ele, em vez de apoiar o prefeito Ricardo Nunes (MDB), que se aproximou do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Em ato para receber o apoio do PDT -sexta legenda a endossar sua pré-candidatura-, Boulos lembrou o engajamento de Marta, que é secretária municipal de Relações Internacionais na gestão Nunes, na campanha para derrotar Bolsonaro e eleger o presidente Lula (PT).

"Da mesma forma que a Marta esteve na frente democrática com o presidente Lula em 2022, acho um caminho bastante razoável que ela possa estar conosco para derrotar o bolsonarismo, a partir do momento em que o prefeito diz que quer a todo custo uma aliança com Jair Bolsonaro", disse o psolista.

Marta se encontrou nesta segunda-feira (8) com Lula para conversar sobre o convite para retornar ao PT e indicou que aceitará a proposta. À Folha de S.Paulo Nunes afirmou que não há fato novo para justificar a saída da auxiliar, argumentando que sempre deixou claro o interesse em ter o apoio de Bolsonaro.

O deputado federal Rui Falcão (PT-SP), que auxiliou nas tratativas com a ex-prefeita, esteve no evento no PDT e discursou se referindo a ela como "companheira". Ele disse, no entanto, que a decisão cabe à secretária, que ainda não respondeu oficialmente ao partido sobre a filiação.

Questionado por jornalistas, Falcão afirmou que "cabe a ela dar esse sim ou não ao convite que foi formulado". Ele, que é ex-presidente nacional do PT, minimizou o rompimento traumático de Marta com o partido e divergências como o voto da então senadora pelo impeachment de Dilma Rousseff (PT).

"Eu não vi nenhuma rusga", desconversou o deputado, diante de questionamentos sobre eventuais incômodos com o retorno de Marta à legenda que deixou em 2015.

"Nós estamos olhando para a frente, não estamos olhando pelo retrovisor", disse.

Presidente nacional licenciado do PDT, Carlos Lupi fez comentários elogiosos a Marta durante a entrevista coletiva. Ele, que é ministro da Previdência Social, lembrou que ela esteve no PT desde a fundação e exaltou a experiência dela como prefeita da capital, entre 2001 e 2004.

"Te garanto que ao lado de Bolsonaro Marta jamais estará", afirmou.

Além do PDT, a coligação de Boulos conta com as federações PSOL/Rede e PT/PC do B/PV. Dirigentes das demais siglas também participaram do evento desta terça. É a primeira vez que o PT não terá a cabeça de chapa na eleição para a prefeitura paulistana.

A pré-campanha de Boulos, oficialmente, diz que não está envolvida nas negociações para o retorno de Marta ao PT e reitera que, pelo acordo costurado com a legenda de Lula, a vice será oferecida ao partido.

Boulos reforçou nas últimas semanas elogios à gestão da ex-prefeita, com quem nunca teve uma relação de proximidade. Ele concorda com a escolha de Marta para sua vice, mas entende que a decisão cabe ao PT. Aliados consideram positiva a dobradinha e avaliam que ela fortalecerá a chapa.


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