DAVOS, SUÍÇA (FOLHAPRESS) - A ministra Nísia Trindade, cuja pasta ?Saúde? era cobiçada pelo centrão por causa de seu orçamento extenso, afirmou que não recebeu pressão por cargos, e classificou sua relação com o Congresso como "de alto nível".

"Eu nunca recebi nenhuma pressão para nomeação de cargos dentro do ministério. Em relação ao meu cargo, vocês já acompanham esse debate desde o ano passado, mas eu estou focada no que tem que fazer", afirmou a ministra a jornalistas em Davos.

Ela também minimizou a reação à portaria editada em dezembro que mudou os critérios para transferência de verbas pertencentes a uma cota para parlamentares, à semelhança de emendas. Nisia nega que tenha havido endurecimento dos critérios.

"O ministério tem critérios de distribuição de verbas, de uso de emendas, esses critérios são transparentes e tem para o objetivo levar a saúde aos municípios", disse.

"Mas esses critérios são importantes naturalmente e eles já foram instituídos há muito tempo no Sistema Único de Saúde para que haja uma forma correta de distribuição de recursos que tem a ver com os equipamentos de saúde de cada município, com o tamanho da população."

Indagada sobre descontentamento, ela citou a demanda represada de municípios que teriam ficado sem atendimento qualificado na gestão anterior, do governo Jair Bolsonaro (PL), quando o hoje deputado Eduardo Pazuello (PL-RJ) era o titular da Saúde.

"Muitos parlamentares representam esses municípios, o que é absolutamente legítimo, e cabe ao ministério tomar as decisões com os critérios há muito estabelecidos para o Sistema Único de Saúde."

Nísia está em Davos, onde integra a delegação brasileira no encontro anual do Fórum Econômico Mundial. A ministra participou de painéis sobre o Brasil, saúde e clima, uso de tecnologia na saúde e acesso a medicamentos, além de ter mantido encontros bilaterais para tratar do último tema.


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