SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ) foi alvo de buscas pela PF (Polícia Federal) na manhã desta quinta-feira (18) na operação Lesa Pátria, que investiga o planejamento, financiamento e execução dos ataques golpistas do 8 de janeiro à sede dos três Poderes.

A ação foi autorizada pelo STF (Supremo Tribunal Federal). Os mandados de busca e apreensão ocorrem na casa do deputado, em Niterói (RJ), e em seu gabinete no Congresso Nacional, em Brasília.

Jordy é o líder da oposição na Câmara e um dos principais aliados de Jair Bolsonaro (PL) no Congresso. Já travou embates com o STF, o youtuber Felipe Neto e com Carlos, filho do ex-presidente.

O deputado é suspeito de envolvimento em eventos antidemocráticos, como o bloqueio de rodovias e acampamentos diante de quartéis das Forças Armadas.

Nas redes sociais, Jordy afirmou ser vítima de "medida autoritária, sem fundamento, sem indício algum, que somente visa perseguir, intimidar e criar narrativa às vésperas de eleição municipal".

Relembre quem é Carlos Jordy, deputado federal em seu segundo mandato e atual pré-candidato à Prefeitura de Niterói (RJ), cidade na qual já foi vereador.

ATAQUE AO STF

Em maio de 2022, Jordy participou de ato bolsonarista no Rio de Janeiro que promoveu ataques ao STF (Supremo Tribunal Federal). O posicionamento de enfrentamento ao tribunal é recorrente nas redes sociais do político.

No ato de 2022, Jordy estava ao lado de Daniel Silveira, ex-deputado federal e ex-policial militar preso em 2021 depois de fazer ameaças a ministros do Supremo.

O evento teve manifestações como "Supremo é o povo" e falas sobre a "explosão" do STF, além de frases sexistas.

No X, antigo Twitter, Jordy publicou crítica a Barroso, chamando o ministro do STF de "arrogante" que "trata a usurpação de funções como algo normal", em referência ao que diz ser uma sobreposição nas competências do Supremo, que, em sua opinião, quer legislar "no lugar do Parlamento".

ATRITO COM CARLOS BOLSONARO

Jordy e Carlos Bolsonaro já trocaram farpas públicas em meio a uma discussão entre bolsonaristas. Em janeiro de 2022, eles entraram em conflito público após um evento em que Jordy foi anfitrião ser palco de críticas contra o governo de Jair Bolsonaro.

Jordy também havia postado um vídeo nas redes sociais cobrando mais empenho do então presidente para que bolsonaristas conseguissem eleger mais senadores e deputados.

Na ocasião, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos -RJ), afirmou que as críticas não eram construtivas e insinuou que Jordy fazia uso de drogas. "Sugiro cheirarem menos, serem mais gratos e não sujos", afirmou.

Jordy respondeu à época, ao Painel, que o vereador precisava de "muita paz e luz" e tinha ideias que não correspondiam com a realidade.

"Tenho convicção que sou um dos deputados mais leais ao presidente e que mais atua em sua defesa. Acredito que haja ideias sendo plantadas na cabeça do Carlos que não correspondem a nada da realidade. Tenho minha consciência tranquila e continuarei sendo soldado da única pessoa que pode promover a mudança que o Brasil precisa: Jair Messias Bolsonaro", disse Jordy.

ATAQUE AO GOVERNO LULA

Jordy já protocolou, em março de 2023, um pedido de impeachment contra o governo Lula relacionado aos ataques golpistas de 8 de janeiro. O pedido defenderia um suposto crime de responsabilidade do presidente nas invasões, com omissão para evitar os ataques, mas foi arquivado pela Câmara.

Oposição ferrenha ao atual governo, Jordy já afirmou que o governo Lula tem " sanha arrecadatória que nunca se viu antes no país" ao apresentar requerimento, derrubado em plenário, para adiar discussão na Câmara sobre projeto de taxação de super-ricos.

INDENIZAÇÃO A FELIPE NETO

Em junho de 2022, Carlos Jordy pagou mais de R$ 66 mil ao youtuber Felipe Neto depois de condenação pela Justiça do Rio de Janeiro por danos morais. A punição foi motivada por afirmação do deputado que associava Neto ao massacre em uma escola pública em Suzano (SP), em 2019. O deputado também foi condenado a se retratar publicamente.

Em 2019, Jordy escreveu nas redes sociais que os assassinos de Suzano tinham sido influenciados pelo conteúdo de Neto.

"Quando digo que pais não devem deixar os filhos assistirem vídeos do Felipe Neto, não é brincadeira. Em 2016, ele fez vídeo ensinando a entrarem em sites da deepweb. Agora descobriram que os assassinos de Suzano pegaram as informações para o massacre num dos sites após assistirem ao vídeo", escreveu Jordy à época.


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