SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O presidente Lula (PT) negou nesta terça-feira (30) que tomará a iniciativa para que a deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP) abra mão de sua pré-candidatura para a Prefeitura de São Paulo para apoiar Guilherme Boulos (PSOL).
"Jamais iria tentar corrompê-la com um cargo [no governo] para não ser candidata a prefeita. Ela sabe o que pode fazer, ela tem noção do que é São Paulo. Se ela quiser ser candidata a prefeita ela vai ser candidata a prefeita (...) Não é o presidente Lula que vai impedir", disse o presidente
"Nós precisamos derrotar o bolsonarismo em São Paulo", completou em entrevista pela manhã à rádio CBN Recife.
No final de semana, a coluna Painel, da Folha de S.Paulo, informou que é dada como certa no entorno de Lula e na cúpula do PSB uma investida direta do presidente para tentar convencer Tabata a desistir.
Uma das possibilidades discutidas entre aliados do presidente seria um convite para que Tabata assumisse um ministério, que poderia ser o de Ciência e Tecnologia.
A pasta é comandada por Luciana Santos, que é do PC do B, um dos partidos da coligação do PT, o que poderia fazer com que a troca fosse menos traumática. Além disso, trata-se de área de interesse e de atuação parlamentar de Tabata.
Lula adotou a estratégia em 2022, quando pediu a Boulos e Márcio França (PSB) que abandonassem suas pré-candidaturas para o governo de São Paulo para apoiar Fernando Haddad (PT), que chegou ao segundo turno com o apoio dos dois, mas perdeu para Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP).
Na capital, a saída de Tabata poderia, em tese, facilitar a tentativa de Lula de transformar a disputa municipal em um duelo entre ele e Jair Bolsonaro (PL), cujo apoio é pleiteado pelo atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB).
Na última semana, Lula disse que a eleição em São Paulo será "uma confrontação direta entre o ex-presidente e o atual presidente, é entre eu e a figura".
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