BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que a Polícia Federal prefere ações que deem visibilidade à instituição na imprensa. A declaração foi dada na noite de terça-feira (19) durante jantar da Frente Parlamentar do Empreendedorismo, que reuniu políticos e empresários em Brasília.

"Ninguém quer trocar tiro com bandido. O cara quer trocar ação que dê mídia, que não tem resistência, que não faça força", disse.

Lira afirmou ainda que o sistema é falho. "Os sistemas policiais brasileiros, às vezes, precisam se comunicar. Uma Polícia Civil que não se comunica com a Militar, que não se comunica com a Federal, que não se comunica com a Força Nacional, que não se comunica com o Exército, nem com Forças Armadas, não existe."

Para ele, esse problema de comunicação pode estar afetando as buscas aos dois foragidos da penitenciária federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte.

Na avaliação do presidente da Câmara, há desvio de foco da PF e o combate a alguns crimes ficam prejudicados e se torna ineficaz.

"Eu acho que o problema da segurança vem de um combate efetivo. A Polícia Federal cumpre um papel institucional forte. Muitas vezes tenta-se desviar e dar um foco que é mais midiático. E combate ao tráfico de armas, ao tráfico de drogas, ao tráfico de seres humanos no Brasil, é ineficaz. É ineficiente", afirmou.

Lira já foi alvo de investigações da Polícia Federal em diferentes momentos de sua trajetória política.

No mais recente episódios, em 2023, auxiliares dele sofreram buscas em uma apuração em Alagoas sobre gastos públicos com kits de robótica em escolas. O ministro Gilmar Mendes, do STF, anulou as investigações meses depois.

Antes, nos anos da Lava Jato, a Polícia Federal investigou os elos do atual presidente da Câmara com o doleiro Alberto Youssef, pivô da operação deflagrada em Curitiba. Lira, segundo apontou a PF, frequentou o escritório do operador financeiro em São Paulo. Ele sempre negou ter cometido irregularidades.

A operação que mais impactou a carreira política do parlamentar foi deflagrada quando ele ainda era deputado estadual, em 2007. Batizada de Taturana, a investigação apurava desvios na Assembleia alagoana e gerou condenação de improbidade que quase o impediu de concorrer em 2018 por causa da Lei da Ficha Limpa. Posteriormente, em 2023, o deputado conseguiu anular a condenação.


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