Segunda-feira, 17 de abril de 2017, atualizada às 12h23

Bruno Siqueira e Júlio Delgado são citados por delator em esquema de caixa dois

Da redação

O prefeito de Juiz de Fora, Bruno Siqueira (PMDB) e o deputado federal Júlio Delgado (PSB) foram citados pelo ex-executivo da Odebrecht Benedicto Barbosa da Silva Jr em uma planilha entregue ao Ministério Público, mostrando repasses de verbas que teriam sido feitos via caixa dois entre 2008 e 2014. A lista completa pode ser vista aqui.

Segundo o documento, Bruno recebeu dois repasses: o primeiro, de R$ 25 mil, em 2010, quando disputou a eleição para deputado estadual e teria o codinome "Sino". Já o segundo repasse teria sido feito na primeira campanha ao Executivo, em 2012, citando um repasse de R$ 100 mil para o codinome de "Fino". Bruno foi eleito em ambas as eleições.

Ainda de acordo com a planilha, o repasse teria sido feito sem intermediários e sob a justificativa de "disposição para apresentar emendas/defender projetos no interesse da companhia", durante o mandato de deputado estadual, e de "desenvolvimento de projetos de infraestrutura de interesse da empresa", em 2012, como prefeito eleito.

Em nota enviada à imprensa na último sábado, 15 de abril, a assessoria do prefeito afirma que "Tanto nas eleições de 2000, 2004, 2008, 2010, quanto em 2012, quando eram permitidas doações de pessoas físicas e jurídicas, a campanha do então candidato Bruno Siqueira solicitou doações legais a diversas empresas e pessoas físicas. Alguns desses doadores, no entanto, preferiram fazer as doações ao partido, para repasse posterior à campanha eleitoral do candidato. Todas as doações recebidas foram estritamente na forma exigida pela legislação. Cabe ressaltar que Bruno Siqueira não conhece o delator Benedicto e que a Odebrecht não possui nenhuma obra e projeto executado ou em andamento na cidade de Juiz de Fora, nem neste nem no mandato anterior do prefeito. Bruno tem certeza de que não cometeu nenhuma irregularidade ou ilegalidade."

Já na manhã desta segunda, 17, Bruno utilizou o Facebook para se explicar, através de um vídeo.

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Júlio Delgado

Já o deputado federal Júlio Delgado é citado na planilha com o codinome "Zagueiro". Ele teria recebido R$ 100 mil na campanha de 2010 sob a justificativa de "disposição para apresentar emendas/defender projetos no interesse da companhia", também sem intermediários. Por telefone, Júlio afirmou desconhecer o delator e que nunca trabalhou em nenhuma comissão que poderia ser do interesse da Odebrecht.

"Essa planilha é do tal do Benedicto Júnior, que eu nunca tinha visto até ele aparecer nessas imagens da delação. O Ministério Público ofereceu denúncia e abriu investigação para 98 políticos, na qual eu não estou. Eu estou muito tranquilo em relação a isso. Não sou alvo de investigação e não estou respondendo a nenhum inquérito. Nunca dei contrapartida de ação para a Odebrecht. Não faço parte das comissões que seriam de interesse deles. A única coisa que eu tive com eles foi em 2005, que eu tenho um requerimento comprovando, é de quando a família do José João Vasconcellos, que prestava serviços para a Odebrecht, estava desaparecido. Eles me pediram para agir, já que ele estava desaparecido no Iraque. Eu tenho essa documentação e chamei a empresa para prestar esclarecimentos. Nem a Polícia Federal, nem o Ministério Público, nem o Supremo chegaram a encontrar elementos para oferecer denúncia contra mim", finaliza o deputado.

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